5 DE JULHO DE 2014
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são de tal importância que não vale a pena queremos dar a ideia que vamos à frente dos outos, que corremos
mais depressa, que corremos melhor ou que somos melhores do que os outros.
Todo o trabalho que nesta matéria o Parlamento tem feito nos últimos anos é um trabalho meritório — e o
Sr. Deputado José Magalhães pode concordar —, nomeadamente com a apresentação dos projetos de
resolução e dos projetos de lei que aqui aprovámos sobre várias matérias.
Mas deixem-me dizer-vos que não entendemos, como, aliás, foi dito pela Sr.ª Deputada Teresa Anjinho e
por vários Deputados neste Plenário, a razão da apresentação de um projeto de lei como aquele que
apresentaram, o projeto de lei n.º 601/XI (3.ª), sobre a questão da transposição das decisões da GRECO e de
outras organizações internacionais.
Não entendemos porque é que o fazem e isso não foi explicado pelo Partido Socialista. Há um grupo de
trabalho, há um projeto aprovado e, mesmo que houvesse alterações que quisessem introduzir nessa matéria,
poderiam tê-lo feito no grupo de trabalho, poderiam ter apresentado estas alterações no grupo de trabalho. Há
que discutir, por exemplo, a questão da criminalização por ato lícito, há que discutir essa matéria. Portanto, há
muitas matérias que têm sido discutidas no grupo de trabalho e não há nenhuma justificação, nem o Partido
Socialista a indicou, para a apresentação deste projeto.
Em relação a este projeto de resolução, sinceramente, quando o li pela primeira vez, disse: «com isto que
aqui está todos concordam. Todos concordam com estas 40 e tal medidas; agora, chamar a isto projeto de
resolução?!» Eu, sinceramente, nunca vi um projeto de resolução dirigido a coisa nenhuma. Quem é que vai
ter de cumprir este projeto de resolução?
O Sr. José Magalhães (PS): — É a Assembleia!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Bom, então, se é a Assembleia, por que é que o Partido Socialista não
apresentou um projeto de lei?
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ou uma proposta de deliberação!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Por que é que o Partido Socialista não apresentou algo a que não se
chamaria proposta de adesão, que é uma figura nova que foi aqui criada? É que os Deputados ficam perante
esta situação: concordamos com as medidas, mas o método, sinceramente, é uma coisa que nunca se viu.
Portanto, só não o inviabilizamos — e temos de dizê-lo — porque concordamos com as medidas, apesar
de algumas dúvidas em relação à implementação de algumas delas, como, por exemplo: quanto é que
custam? Quem é que as vai implementar? Estão todas corretas?
Agora, obviamente, aqui, nós que somos Deputados no Parlamento, ninguém é contra a transparência!
Todos somos a favor da transparência! Não se sabe é se este é o melhor método.
Em relação ao outro projeto de lei, gostaria de dizer ao Sr. Deputado José Magalhães, que sei que é o
autor material desse projeto de lei, que não me convenceu. Seja quando for a votação, e eu sei que já não
será no fim deste debate mas, sim, na sexta-feira, não me convence, não me seduz…
O Sr. José Magalhães (PS): — Não quero seduzi-lo!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Seduzir no bom sentido da palavra, obviamente!
O Sr. José Magalhães (PS): — Não me peça tanto!
Risos.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — O Sr. Deputado José Magalhães sabe que nestas coisas, normalmente, só
votamos a favor ou contra conforme a sedução que temos por aquilo que nos apresentam. Portanto, esta é a
questão que aqui se põe.
O Sr. José Magalhães (PS): — Estou disposto a tudo, neste caso!