12 DE JUNHO DE 2014
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Secretários de Estado, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 9 minutos.
Podem ser abertas as galerias.
Antes de darmos início à ordem do dia, peço ao Sr. Secretário da Mesa Duarte Pacheco o favor de ler o
expediente.
O Sr. Secretário (Duarte Pacheco): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, deram entrada na Mesa, e foram
admitidos, os diplomas seguintes: projetos de resolução n.os
1063/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo que
inicie o processo de desvinculação de Portugal do Tratado Orçamental (PCP), 1064/XII (3.ª) — Recomenda ao
Governo a adoção de medidas visando o reforço do controlo da avaliação e acompanhamento da execução de
contratos de parcerias público-privadas (PS), 1065/XII (3.ª) — Rejeita o Documento de Estratégia Orçamental
2014-2018, que mantém os cortes nos salários e pensões e agrava a carga fiscal, aprofundando a austeridade
e a crise social (BE), 1066/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo a manutenção da Companhia das Lezírias e
Alter na esfera pública (BE), que baixa à 7.ª Comissão, 1067/XII (3.ª) — Rejeita o Documento de Estratégia
Orçamental 2014-2018 (DEO) (Os Verdes) e 1068/XII (3.ª) — Censura o DEO e recomenda ao Governo uma
estratégia orçamental credível e que promova o crescimento e o emprego (PS); propostas de lei n.os
233/XII
(3.ª) — Plano Nacional de Ação para os Direitos da Criança (ALRAA), que baixa à 1.ª Comissão, e 234/XII
(3.ª) — Autoriza o Governo a alterar os estatutos da Casa do Douro, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 277/2003,
de 6 de novembro, a definir o regime de regularização das suas dívidas, bem como a criar as condições para a
sua transição para uma associação de direito privado, extinguindo o atual estatuto de associação pública da
Casa do Douro, que baixa à 7.ª Comissão; e o projeto de deliberação n.º 22/XII (3.ª) — Prorrogação do
período normal de funcionamento da Assembleia da República (Presidente da AR).
Deu ainda entrada na Mesa um ofício da Sr.a Deputada Isabel Alves Moreira (PS) a solicitar o uso da
palavra na sessão de hoje ao abrigo do artigo 76.º, n.º 2, do Regimento da Assembleia da República.
Em termos de expediente, é tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Muito obrigada, Sr. Deputado Duarte Pacheco.
Srs. Deputados, vamos, então, dar início ao primeiro ponto da nossa ordem do dia, que consiste em
declarações políticas.
Para esse efeito, a Mesa regista a inscrição dos seguintes Srs. Deputados: Jorge Machado, do PCP,
Mariana Aiveca (BE), Mendes Bota (PSD), António Braga (PS), Abel Baptista (CDS-PP), e, nos termos do
artigo 76.º, n.º 2, do Regimento, da Sr.ª Deputada Isabel Alves Moreira, do PS.
Sr. Deputado Jorge Machado, tem a palavra para uma declaração política.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Apesar de se manter em funções sem
legitimidade que o sustente, o Governo PSD/CDS não desiste de prosseguir e agravar a sua política de
empobrecer milhões de portugueses, destruir serviços públicos, privatizar e atacar os direitos de quem
trabalha para engordar os lucros de meia dúzia de grandes grupos económicos.
O Governo PSD/CDS-PP, que tem governado à margem e contra a lei e a Constituição, ao mesmo tempo
que promoveu e promove um ataque sem precedentes e de enorme gravidade contra os reformados e os
trabalhadores da Administração Pública, ataca, sem dó nem piedade, os direitos e os salários dos
trabalhadores do setor privado.
Depois do saque e redução dos salários por via de cortes e aumentos dos impostos, usando o desemprego
como instrumento, da alteração para pior do Código do Trabalho com vista à facilitação dos despedimentos e
ao seu embaratecimento e dos cortes no valor do trabalho suplementar, este Governo pretende agora desferir
mais um rude golpe nos direitos dos trabalhadores, prolongando o não pagamento do trabalho extraordinário e
atacando diretamente a contratação coletiva.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!