12 DE JUNHO DE 2014
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O Sr. Deputado falou aqui dos trabalhadores que se manifestam na rua, não foi o Sr. Deputado Nuno
Magalhães que trouxe o assunto! Já agora, seria interessante o Sr. Deputado ter uma segunda oportunidade
para responder à questão colocada pelo Sr. Deputado Nuno Magalhães relativamente à postura, que eu
consideraria indigna,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Indigna é a vossa política!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — … de um conjunto de dirigentes sindicais da FENPROF perante o
desfalecimento do Presidente da República. Nem nessa situação respeitaram o Chefe de Estado, continuando
a manifestar-se!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Seria interessante que, pelo menos uma vez, o Partido Comunista tivesse uma atitude assertiva
relativamente a essa matéria.
Falando da cultura da rua e da cultura do compromisso, não há que ignorar o acordo estratégico assinado
na Concertação Social em janeiro de 2012, o qual previa exatamente a redinamização da contratação coletiva.
Por outro lado, há que referir — pelos vistos, está um pouco a leste deste debate — o Memorando de
Entendimento assinado entre o Governo anterior e a troica, no sentido também da redinamização da
contratação coletiva, e os apelos, e muitos, das confederações patronais (da UGT, mas, acima de tudo, da
CGTP) relativamente às portarias de extensão, dizendo que elas estavam, de alguma maneira, a «secar» a
contratação coletiva. Pois bem, ao nível da concertação social foi possível chegar a um entendimento com os
parceiros sociais relativamente a esta matéria.
A contratação coletiva é, de facto, um instrumento muito importante para a dinamização das relações
laborais, mais até, porventura, que a própria legislação, o Código do Trabalho. Portanto, é de estranhar que o
Partido Comunista não reconheça isso, não reconheça que, perante esta nova proposta de lei, há uma
oportunidade para dinamizar a contratação coletiva e que os trabalhadores, em última análise, serão
beneficiados por esse facto.
Portanto, não é na rua, não é através de manifestações — que têm a sua legitimidade democrática,
naturalmente — que se resolvem estes problemas a bem dos trabalhadores,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Querem os portugueses calados!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — … é através da negociação, é através do compromisso, é através de uma
cultura de compromisso na concertação social que o Partido Comunista continuamente desvaloriza. E, pelos
vistos, também a CGTP não está para aí voltada!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Roque, já percebemos que a
contestação na rua causa grande incómodo. Aliás, assim é desde o início da entrada em funções deste
Governo.
A partir do momento em que começam a governar contra o povo, não tenham a esperança de que o povo
fique calado a levar porrada e que não se manifeste.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — A levar porrada?!