I SÉRIE — NÚMERO 5
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O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos
Páscoa Gonçalves, do PSD.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Páscoa Gonçalves (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: Gostaria, inicialmente, de saudar os 73 conselheiros das comunidades que se reunirão
brevemente nesta Assembleia e, em particular, os que se encontram nas galerias.
Como já aqui foi dito pelo meu colega de bancada na intervenção que fez, estamos num momento de
grande importância para a relação de Portugal com as suas comunidades.
O Governo apresentou, e bem, a sua proposta, que, frisamos, foi colocada em audição pública e que,
nesse sentido, colheu diversos contributos de forma a ter uma proposta de lei que fosse a mais abrangente e
consensual possível.
Nessa linha de entendimento, consideramos como muito importante a iniciativa do Partido Comunista
Português, que, através do projeto de lei 675/XII (4.ª), vem contribuir para o aprimoramento da nova lei para o
CCP.
Apesar das críticas, a grande maioria sem fundamento, e ao contrário do que é afirmado, o atual Governo
vem desenvolvendo uma política para a diáspora que tem tido em vista aproximar os utentes dos postos
consulares e os postos consulares dos utentes,…
O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — Muito bem!
O Sr. Carlos Páscoa Gonçalves (PSD): — … agilizar atendimentos e encurtar distâncias, como podemos
constatar, por exemplo, pelo enorme sucesso das permanências consulares…
O Sr. Carlos Alberto Gonçalves (PSD): — Bem lembrado!
O Sr. Carlos Páscoa Gonçalves (PSD): — … e pela implementação de novos sistemas informáticos que
permitem solucionar problemas à distância, o que em países de grandes dimensões é absolutamente
fundamental.
Apesar destas e de outras divergências que, naturalmente, temos e continuaremos a ter no plano das
políticas para as comunidades, foi possível perceber que existem, no projeto de lei do PCP, diversas propostas
que, sem dúvida, podemos procurar aprofundar no sentido de obtermos um consenso o mais alargado
possível.
Nesta convergência de opiniões, temos a certeza de que no CCP o atual modelo de comissões em função
de temas não resolve as questões mais importantes da diáspora e que uma organização, assente em
comissões regionais, já provou ser muito mais eficaz, além de permitir que os temas sejam discutidos na sua
área de ocorrência.
Cada comunidade tem seus problemas e suas necessidades específicas e isto, obviamente, só se poderá
resolver com uma discussão naquela região e que dê origem a uma proposta concreta.
Entendemos que sem abrir mão das nossas próprias convicções e, principalmente, não estando o PSD de
acordo com a afirmação, por parte do PCP, de que o Governo não tem valorizado este Conselho, entendemos
que nesta matéria são muito mais os pontos que nos unem do que os pontos que nos separam e por isso
reafirmamos a nossa total abertura no sentido de aprofundar, em sede de especialidade, essas convergências.
Obviamente que este convite também é dirigido ao Partido Socialista, que hoje gastou aqui 9 minutos e não
apresentou uma única proposta, mas terá, em sede de especialidade, a sua oportunidade para dar os seus
contributos. E também é dirigida ao Bloco de Esquerda, já que, da mesma maneira, estamos abertos às suas
propostas.
Se o Partido Socialista quer, efetivamente, contribuir para a afirmação e valorização do Conselho das
Comunidades Portuguesas, deve, em primeira mão, apresentar propostas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.