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4 DE OUTUBRO DE 2014

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debruçar e acordar sobre qual a percentagem de despesa pública que estamos disponíveis para afetar à

saúde.

Reparem que, por exemplo, houve um consenso para isso na área da defesa e permitam-me que eu diga

que considero que a área da saúde é bastante mais importante do que a da defesa.

Portanto, convidamos todos a, de forma muito clara, dizerem qual é vantagem, qual é a banda, qual é o

intervalo que se quer afetar à saúde e, dentro dessa banda, obviamente de acordo com os ciclos económicos

e também com algum ajustamento, discutiremos, qual é a percentagem com que queremos dotar os

medicamentos nas áreas a investir, que tipo de financiamento queremos manter… Enfim, há aqui uma lista

muito vasta.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, vou, então, terminar, respondendo apenas à questão do Sr.

Deputado José Luís Ferreira.

A questão dos cortes de 14%, Sr. Deputado, a mim não me impressiona. Se o Sr. Deputado estava a falar

dos cortes relativos à fraude, não me impressiona nada; se estava a falar dos cortes relativos às margens da

indústria financeira, não me impressiona nada; se estava a falar dos cortes relativos ao desperdício, também

não me impressiona nada!

Portanto, são cortes que me parecem, de facto, virtuosos.

Por outro lado, no que mencionou em relação às dotações, esqueceu-se de referir o aumento de capital por

conversões de dívidas de mais de 400 milhões de euros, ocorrido este ano, e os mais de 2000 milhões de

euros pra regularizar dívidas.

Sr. Presidente, muito obrigado pela tolerância.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo

Sá.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Saúde, como o Sr. Ministro bem sabe, os

cuidados de saúde, no Algarve, vão de mal a pior: faltam 823 profissionais nos hospitais e centros de saúde do

Algarve. Faltam 282 médicos, 159 enfermeiros, 101 assistentes técnicos e 244 assistentes operacionais.

Um terço da população algarvia não tem médico de família; no concelho de Lagos, 78% dos utentes estão

nesta situação.

Os tempos de espera para consultas de especialidade são vergonhosos, Sr. Ministro. Os utentes algarvios

têm de esperar 826 dias por uma consulta da especialidade de neurocirurgia; em oftalmologia, são 587 dias;

em ortopedia, são 627 dias; e, em urologia, são 612 dias.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Uma vergonha!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Um utente do Centro de Saúde de Monchique com cancro na próstata, repito, Sr.

Ministro, com cancro na próstata, teve de esperar um ano e meio por uma consulta da especialidade.

Faltam medicamentos e material clínico. Num hospital algarvio, a certa altura, acabaram-se as fraldas para

os doentes; foram substituídas por toalhas envoltas em sacos de lixo.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Uma vergonha!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Ministro, quando é que estes problemas irão ser resolvidos? Quando é que

vai contratar os 823 profissionais em falta no Algarve? Que medidas vai tomar para reduzir os tempos de

espera para as consultas de especialidade? Que medidas vai tomar para garantir que não faltam

medicamentos e material clínico?

Sr. Ministro, não fuja a estas perguntas! Os algarvios exigem respostas!