I SÉRIE — NÚMERO 9
16
Protestos do PS.
Depois, é lamentável dizer que o Serviço Nacional de Saúde não dá resposta. Acho que há uma
desqualificação por parte do Partido Socialista relativamente ao Serviço Nacional de Saúde em concreto que é
absolutamente lamentável.
Depois de o Serviço Nacional de Saúde ser mais caro, há uma coisa em que há uma unanimidade em
Portugal: os medicamentos são mais baratos e o acesso ao Serviço Nacional de Saúde é mais barato.
Protestos do PS e do PCP.
Sr. Deputado Paulo Sá, eu esperava que não viesse repetir a mesma questão que me colocou antes de
férias no Algarve,…
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Se a realidade é a mesma?!
O Sr. Ministro da Saúde: — … mas que, sendo um Deputado da região, viesse constatar as melhorias que
se fizeram na urgência de Portimão, o ter-se acabado com as macas em Portimão… Esperava que o
Deputado da região se regozijasse com isto, tal como esperava que se regozijasse também com os mais de
120 enfermeiros que foram contratados e as dezenas de médicos que foram contratados,…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Faltam ainda 423 profissionais de saúde!
O Sr. Ministro da Saúde: — … o que permitiu que, no Algarve, mais uma vez, se desse uma resposta
adequada a uma população oscilante de mais de 1 milhão de pessoas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Luísa
Salgueiro.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O PSD
escolheu, hoje, como tema do nosso debate, «erros do passado e desafios do futuro», a propósito da situação
do SNS. Nós entendemos que seria mais adequado se escolhessem como tema «os desafios do passado, os
erros do presente e as ameaças para o futuro».
Aplausos do PS.
Para comemorar os 35 anos do Serviço Nacional de Saúde — penso que foi esta a intenção das bancadas
da maioria —, o melhor que VV. Ex.as
tinham a fazer era vir aqui falar verdade ao País. Não vale a pena vir
tentar dizer que, com o Ministro Paulo Macedo, comparando-o até a António Arnaut, tudo está bem, não vale a
pena, porque os portugueses sabem que assim não é.
A verdade é que há idosos internados em hospitais públicos que esperam mais de um mês, porque não
existe, em Portugal, resposta pós-hospitalar.
A verdade é que este Governo desinvestiu na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados,
havendo até casos insólitos, já divulgados, em que há acordo de cooperação para abertura de equipamentos
em obras, enquanto que para outros, que estão prontos a abrir, este Governo não celebra o acordo de
cooperação.
A verdade é que temos, atualmente, 7000 camas, quando os planos iniciais apontavam para a existência
de 14 000 camas em 2014 e, nos cuidados domiciliários, tão necessários, sobretudo, para a população mais
idosa que vive no interior, o que temos é nada.