I SÉRIE — NÚMERO 21
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«Celebrou-se, no dia 9 de Novembro, o 25.º aniversário da queda do Muro de Berlim. Há precisamente 25
anos, o mundo observou com admiração e respeito a coragem e determinação de dezenas de milhares de
berlinenses que encheram as ruas de Berlim, conduzindo ao desmantelamento do Muro. A queda do Muro de
Berlim, símbolo da tirania na Europa Central e de Leste, ficou na memória de todos como o advento de uma
nova era para a Alemanha, para a Europa e para o mundo. Esse momento determinou o fim da Cortina de
Ferro, na expressão de Winston Churchill, que opôs, por 40 anos, o Ocidente democrático e pluralista ao Leste
totalitário, produzindo transformações pacíficas e estruturais para o continente europeu, alterando as
coordenadas da política internacional.
Neste contexto, é altura de recordar as personalidades notáveis que deram um contributo extraordinário
para a criação de um contexto que possibilitou a derrota de uma determinada visão do mundo: o Papa João
Paulo II, o Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética, Mikhail Gorbachev…
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. Secretário (Pedro Alves): — … o sindicalista polaco Lech Walesa…
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. Secretário (Pedro Alves): — … o Presidente norte-americano Ronald Reagan,
Vozes do PSD: — Oh!…
O Sr. Secretário (Pedro Alves): — … os Chanceleres alemães Helmut Kohl e Willy Brandt, a Primeira-
Ministra britânica Margaret Thatcher e o Presidente francês François Miterrand. Mas também aqueles que,
pela sua coragem e determinação, arriscaram a vida por um mundo melhor, livre e democrático; dos
dissidentes que nunca deixaram de se fazer ouvir através da denúncia e do testemunho; e de todos aqueles
que perderam a vida na tentativa fatídica de atravessar o Muro.
A Europa foi fundada e funda-se nos valores da Paz, da liberdade, da democracia, do respeito pelos
direitos humanos e do progresso social. À medida que estes regimes se foram desmoronando e substituídos
por governos livremente eleitos, começaram a ser tomadas medidas para os ajudar a satisfazer os critérios de
adesão à União Europeia e conseguidos inúmeros progressos sociais.
Desde então, 10 antigos países comunistas têm feito esse caminho. E, em 2004, aderiram à União
Europeia: a República Checa, a Polónia, a Letónia, a Lituânia, a Estónia, a Hungria, a Eslováquia e a
Eslovénia.
Protestos do PCP.
Em 2007, foi a vez da Roménia e da Bulgária.
Hoje, olhamos para esses povos e essas Nações com orgulho. Livres da imposição soviética, são agora
Estados que fizeram e fazem os seus caminhos na integração europeia.
A queda do Muro de Berlim simboliza e dignifica todos estes valores civilizacionais.
Este voto congratula e acentua o nosso sentido de dever e de responsabilidade para com os valores da
liberdade e da democracia, da paz e do progresso social e lembra também o longo caminho que a Europa e os
povos europeus ainda têm a percorrer.
Este voto evoca também todos os que perderam a vida com a sua coragem. Os dissidentes que tudo
arriscaram e todos os que honraram os valores do Ocidente ao desejarem uma Europa sem muros de
vergonha.
Assim, a Assembleia da República associa-se às comemorações do 25.º Aniversário da Queda do Muro de
Berlim, evoca e presta homenagem às vítimas de todos os sistemas políticos totalitários…
Vozes do PSD: — Ouviram?!…