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22 DE NOVEMBRO DE 2014

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Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado José Ribeiro e Castro, pelo CDS-PP.

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O facto que hoje

celebramos é um dia extraordinário. Aqueles, como nós, que nasceram antes desta data achavam que este

dia nunca ia chegar, que nunca iria ser possível viajar de Lisboa a Berlim, a Berlim inteira, de Lisboa a

Varsóvia, de Lisboa a Riga ou de Riga para cá, de Lisboa a Kiev ou a Moscovo ou de Moscovo para cá. Hoje

podemos fazê-lo porque o povo derrubou o Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Esse Muro, além da ameaça que representava para os cidadãos, era uma chaga e uma ameaça sobre a

Europa. Quem se recorda da terrível década de 80 lembra-se da crise dos mísseis e da ameaça permanente

de que poderíamos ter uma crise mundial gravíssima e uma guerra nuclear no dia seguinte. Foi esse o pavor

que atravessou a Europa na década de 80; e isso acabou também com a queda do Muro de Berlim às mãos

livres do povo berlinense dos dois lados dessa parede.

Infelizmente, ainda há quem queira branquear esta realidade. Tenho aqui um texto do Avante que diz que

«é preciso desmascarar a hipocrisia daqueles que, clamando contra o Muro erguido (…)» e isso é uma pena.

Recordo que, há anos, estava aqui uma Deputada que disse na imprensa que não conhecia o que era o

arquipélago de Gulag. Não podemos deixar que haja quem não conheça o que foi o Muro de Berlim.

Vou dizê-lo: foi levantado a 13 de agosto de 1961; dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302

torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas, com alarme, e 255 pistas de corrida para ferozes cães

de guarda. Foi famosa a célebre Schieβbefelh, a Ordem 101, em que a guarda fronteiriça da RDA tinha ordens

para atirar a matar, não contra quem quisesse invadir, mas contra o seu povo que quisesse fugir. Era essa a

ordem, foi esse o Muro que caiu!

Segundo os dados do regime comunista, ele próprio, dados disputados por várias organizações de direitos

humanos no mundo, mataram 80 pessoas, fizeram 112 feridos e milhares de aprisionados. E esse Muro foi

construído porque, nos anos anteriores, 3 milhões de cidadãos fugiram do «paraíso comunista».

É necessário reconhecer, 25 anos depois, que, infelizmente, se o fascismo pôde continuar em parte da

Alemanha foi naquela parte do lado de lá do Muro. Despido dos horrores e ignomínia do holocausto, o

fascismo pôde continuar na Alemanha até 9 de novembro de 1989, até à queda do Muro, até à possibilidade

da reunificação alemã e da liberdade de circulação em toda a Europa.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

É isso que hoje saudamos.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Portanto, hoje damos um abraço a todos os berlinenses, aos

berlinenses que atravessam os dois lados que deixaram de existir, e à esperança de paz que hoje irradia

dessa cidade, que, como eu disse, foi uma cidade dividida, uma cidade que tinha uma chaga dentro de si e em

que essa chaga representava uma ameaça sobre toda a Europa e todo o mundo, que, graças a Deus, graças

à liberdade e à força dos alemães e dos cidadãos livres, terminou.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do PCP. Tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.

Vozes do PSD: — Ah!…