I SÉRIE — NÚMERO 22
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O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Vou dizer-vos o seguinte, Srs. Deputados: com esta contribuição
extraordinária vai ocorrer, no Orçamento para 2015, um acréscimo de 31 milhões de euros sobre os bancos.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Diga lá para onde vai esse dinheiro!
O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — É sinal que os bancos não têm lucros, é sinal que é sobre os ativos e
passivos da banca que vai incidir este imposto.
Quero ainda dizer-vos que, desde 2011 até ao primeiro semestre de 2014, esta contribuição extraordinária
deu ao Estado qualquer coisa como 570 milhões de euros.
E quero dizer-vos ainda mais, Srs. Deputados: que, em 2011, a banca tinha uma tributação de 16% e,
neste momento, a banca tem uma tributação, em sede de IRC, de mais de 30%.
Esta é a prova de que este Governo está a favor dos desprotegidos e está a obrigar aqueles que mais
podem a contribuir para o equilíbrio das contas públicas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos prosseguir o debate, com a apreciação do artigo 221.º da
proposta de lei — Contribuição extraordinária sobre o setor energético.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Adriano Rafael Moreira.
O Sr. Adriano Rafael Moreira (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados, este artigo merece ser aqui destacado, porque é um artigo que se impõe e que, em sede de
votação, merece o acolhimento de todas as bancadas.
É um artigo que tem sido objeto de notícias públicas que põem em causa o próprio Estado de direito, com
algumas entidades a não quererem acolher a lei desta Casa. E sendo esta a Casa máxima da elaboração
legislativa em Portugal, aqui se impõe que hoje, em sede de votação na especialidade, todos os partidos
votem favoravelmente esta lei, que vem prorrogar o esforço das entidades do setor energético para os
sacrifícios que todos os portugueses tiveram de fazer neste período difícil do País.
Cabe destacar o seguinte: é conhecido que o Governo fez o seu trabalho de casa e já efetuou mais de 3
mil milhões de euros em cortes a título permanente nas chamadas rendas excessivas; é também conhecido
que o Governo já fez uma extensão dos beneficiários, em que passou de 60 000 famílias para mais de meio
milhão de famílias beneficiárias da taxa social energética.
Daí, Srs. Deputados, a nota de destaque que damos a este artigo, que, em nosso entender, só pode
merecer a unanimidade, o consenso e o apoio desta Câmara, para que todos os portugueses se sintam unidos
no mesmo esforço.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, passamos ao Capítulo XIX — Normas finais e transitórias,
relativamente ao qual vamos apreciar uma proposta, apresentada pelo PCP, de aditamento de um artigo
238.º-A — Plano Plurianual de Investimento na Investigação Criminal.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, em 2010, a Assembleia da
República aprovou uma resolução, por unanimidade, que recomenda ao Governo a tomada de medidas
destinadas ao reforço da prevenção e do combate à corrupção.
Essa resolução contém um conjunto de medidas destinadas a conferir meios adequados e eficazes ao
Ministério Público e à Polícia Judiciária para poderem promover um combate mais eficaz à corrupção e à
criminalidade económica e financeira, conhecida que é a complexidade da investigação desse tipo de delitos.
Porém, a realidade está muito aquém daquilo que se prevê nessa resolução. E o que temos observado é
que, efetivamente, o investimento na dotação de meios das autoridades judiciárias e dos órgãos de polícia