11 DE DEZEMBRO DE 2014
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O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Concordaria com a Sr.ª Deputada
Nilza de Sena, quando diz que é preciso tentar ultrapassar um pouco as trincheiras partidárias e fazer o
debate de uma forma serena. No entanto, tal verifica-se muito difícil quando a oposição aqui traz projetos que
são baseados não na realidade, não nos números, não nos factos objetivos e confirmáveis nos relatórios,
nomeadamente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, mas em fantasia, e peço desculpa por dizê-lo.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Já é costume!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — A Sr.ª Deputada Elza Pais dizia que o número de bolsas de pós-
doutoramento tinha baixado. Sr.ª Deputada, nunca houve, em Portugal, tantas bolsas de pós-doutoramento
como no ano de 2013, desde que a FCT faz essas contas.
Vozes do CDS-PP: — É verdade! É verdade!
A Sr.ª Elza Pais (PS): — 2014, Sr. Deputado!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr.ª Deputada, vai permitir-me que lhe diga o seguinte: foram 2171,
em 2013, o que corresponde, em 2010, a 2044, ou, em 2006, a 1863! Nunca houve tantas bolsas!
Sr.ª Deputada, faça o seu trabalho de casa e não venha sempre com as mesmas informações, baseadas
não se sabe em quê, para o Plenário.
Fique sabendo, Sr.ª Deputada, que nunca se executou tanto na FCT como em 2013. Claro que, se fizermos
a comparação com o valor orçamentado… Já sabemos como fazia o Dr. Mariano Gago: punha sempre
grandes orçamentos na FCT, na ação social do ensino superior, nas instituições do ensino superior e depois
nunca os executava. Olhando para aquilo que foi executado, verificamos que, com este Governo, a verba
executada da FCT aumentou todos os anos. Em 2013, a execução foi mais alta do que em 2011, por exemplo,
no que diz respeito a projetos, em cerca de 60% e, no que diz respeito ao apoio direto às instituições, entre
2011 e 2013, aumentou de 38 para 66 milhões de euros. Sei que na política contra argumentos não há factos,
é aquilo que se costuma dizer,…
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Contra factos, não há argumentos, Sr. Deputado!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — … mas julgo que podíamos ir um pouco à realidade e confirmar que,
de facto, contra factos não deve poder haver argumentos, e estes são muito claros.
É claro que se propuseram e estão a operacionalizar-se alterações, nomeadamente, ao nível do
funcionamento do Sistema, ao não se apostar tão diretamente em bolsas, mas em projetos e no apoio às
instituições, porque convém dizer que também não é verdade que quantidade equivalha a qualidade.
Ora, aquilo que tem acontecido na nossa investigação é que, em relação aos dados objetivos da Comissão
Europeia, nós estamos cerca de 20 pontos abaixo da média europeia no que diz respeito aos critérios de
excelência.
Aquilo que também é um facto indesmentível para os próximos anos é que, com as alterações nos quadros
comunitários de apoio e com a transformação dos apoios europeus em apoios competitivos extensíveis a toda
a União Europeia, Portugal vai competir com instituições do sistema científico de toda a União Europeia.
Temos que olhar para estes indicadores de excelência e rapidamente encontrar forma de os aumentar, porque
senão perdemos esses fundos e essa altura, Sr.ª Deputada, veremos o Partido Socialista a fazer o choradinho
de que não há competição, não há financiamento para Portugal.
A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Choradinho?!
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Nós queremos que seja o contrário. Queremos que as instituições
portuguesas, num ambiente competitivo, consigam também singrar.
Para isso, o apoio aos projetos e às instituições parece ser, acreditamos, a forma mais eficaz de criar esses
incentivos. É com isso, Sr.ª Presidente, que a bancada do CDS tem um compromisso.