I SÉRIE — NÚMERO 35
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E, Srs. Deputados, em relação aos médicos, em Portugal são contratados todos os médicos que estão
disponíveis para ingressar no Serviço Nacional de Saúde, todos aqueles que estão disponíveis. Agora, não é
possível, em determinadas situações, concorrer com opções pessoais de alguns médicos que pretendem
emigrar, ir para o estrangeiro, porque recebem 10 000 € por mês. Nesses termos, de facto, o Serviço Nacional
de Saúde não tem qualquer possibilidade de concorrer com este tipo de ofertas.
A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Se os senhores não os maltratassem, eles ficavam cá!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Mas parece que havia um caso — pelo menos, já apareceu noticiado e
sobre isso ninguém fala — de um distinto médico, presumível futuro Ministro da Saúde do Partido Socialista,
dizem, que, parece, ganha mais de 10 000 €, mas esses são casos que não são aceitáveis, naturalmente.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Está concluído o debate de atualidade, sobre a situação das urgências hospitalares.
Cumprimento o Sr. Ministro da Saúde, a Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da
Igualdade e o Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde e o Sr. Secretário de Estado da Saúde.
Srs. Deputados, vamos prosseguir com o ponto 2 da ordem do dia, que consiste no debate da petição n.º
274/XII (2.ª) — Apresentada por João Joanaz de Melo e outros, intitulada Manifesto pelo Vale do Tua, em
conjunto com o projeto de lei n.º 511/XII (3.ª) — Suspensão imediata das obras da barragem de Foz Tua (BE),
na generalidade, e o projeto de resolução n.º 1206/XII (4.ª) — Recomenda ao Governo a suspensão das obras
da barragem de Foz Tua (Os Verdes).
Os tempos de debate são de 2 minutos a cada grupo parlamentar.
Visto que, em conjunto com o debate da petição, há duas iniciativas, sendo uma do Bloco de Esquerda e
outra de Os Verdes, estes dois partidos vão ter oportunidade de intervir em primeiro lugar, apresentando as
suas iniciativas. O debate é, como disse, conjunto e os temas e a sua conexão estão já apresentados.
Para apresentar o projeto de lei n.º 511/XII (3.ª), do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo, naturalmente, por saudar
todos os peticionários e todas as peticionárias que trouxeram, mais uma vez, este importante assunto à
Assembleia da República. Aliás, Sr.ª Presidente, sei que é regimental dispormos de 2 minutos porque se trata
de uma petição com carácter local, mas o problema da barragem do Tua, Sr.as
e Srs. Deputados, é um
problema nacional e assim deveria ser encarado por este Parlamento.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — O Bloco de Esquerda acompanha as razões e as preocupações do Manifesto
pelo Vale do Tua e é por isso que aqui apresenta um projeto de lei para a suspensão imediata das obras desta
barragem.
A barragem de Foz Tua é uma irracionalidade económica, nunca nenhum Governo, este ou o anterior —
Srs. Deputados do Partido Socialista, sabemos bem como vos é cara esta barragem —, demonstrou a
necessidade e a utilidade da obra. E não podem dizer que é um bom projeto para o País e para a região
porque não é, Srs. Deputados. Do ponto de vista energético, o seu impacto é residual, já que apenas contribui
com 0,1% para a energia do País, mas os custos são monstruosos para todo o País. A barragem de Foz Tua é
desnecessária, as metas energéticas do Plano Nacional de Barragens foram já ultrapassadas pelas barragens
existentes.