9 DE JANEIRO DE 2015
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Aplausos do PS.
Sobretudo, quando o Ministro da Saúde sabe que anulou totalmente a autonomia das instituições.
O Ministério da Saúde sabe bem que colocou tudo sob a sua direta dependência, desde a contratação de
um maqueiro à aquisição da maca com que ele pode ajudar a deslocar um doente.
Os gestores hospitalares foram escolhidos por si, Sr. Ministro; as regras com que trabalham foram
estabelecidas por si, Sr. Ministro; as orientações a que obedecem emanam dos seus serviços, Sr. Ministro; a
responsabilidade, Sr. Ministro, é sua e se a quiser dividir com alguém só o poderá fazer com a Sr.ª Ministra
das Finanças, a quem cedeu grande parte da autoridade para governar o Serviço Nacional de Saúde.
Aliás, em toda esta crise, a ausência do Sr. Ministro tem sido bem notada, porque quem tinha de assumir
esta situação, desde logo para tranquilizar as pessoas, era o Ministro da Saúde. E uma das razões para o PS
marcar este debate é exatamente a necessidade de as pessoas perceberem o que se está a passar, tendo
aqui o Governo a oportunidade de assumir compromissos sobre o que vai fazer para responder a estes
problemas, designadamente aos problemas das urgências, porque, como sabe, Sr. Ministro, os picos de maior
gravidade ainda vêm aí.
Se o Ministério não foi capaz de organizar planos para o que aconteceu, tem agora a obrigação de se
preparar para os picos que vão acontecer.
Não sendo o problema conjuntural e estrutural do SNS um problema simples, o PS ouviu os principais
representantes dos profissionais da área e desafia o Sr. Ministro, neste debate, a adotar algumas medidas,
algumas propostas que, desde já, aqui lhe deixamos: deve começar por definir uma estratégia de saúde que
oriente a intervenção do Ministério; permitir a contratação direta dos médicos pelas administrações
hospitalares; alargar os horários de funcionamento dos serviços de cuidados de saúde primários, agindo
proactiva e preventivamente e não apenas em reação aos problemas, como aconteceu com o recente
Despacho n.º 34/2014, do Sr. Secretário de Estado Adjunto, que, apenas em 29 de dezembro, já depois do
caos instalado, veio determinar o alargamento dos horários de funcionamento dos centros de saúde,
prosseguir a reforma dos cuidados de saúde primários definida pelo Governo anterior, abrir ou, no mínimo, não
encerrar as unidades de cuidados continuados, muitas delas construídas, prontas a abrir e a aguardar uma
decisão do Ministério da Saúde.
Sr. Ministro da Saúde, verifica-se em toda a situação que o SNS está a viver que o descanso do Governo
tem uma expressão trágica no que à saúde diz respeito. O Governo, a maioria e o Sr. Ministro Paulo Macedo
insistem em que o País e o SNS estão melhores, mas a realidade que os portugueses vivem e enfrentam
prova que a saúde, os portugueses e as portuguesas estão pior.
Neste momento, a grande urgência para o País e para os portugueses é mudar de política, é mudar de
Governo!
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveu-se, para pedir esclarecimentos à Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro, o Sr.
Deputado Miguel Santos.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro, antes de mais, quero
cumprimentá-la, por terem trazido este tema e requerido este debate, porque é, sobretudo, uma oportunidade
para desmistificar algum do discurso que o PS tem tido, nos últimos dois dias, à volta da problemática
relacionada com a acumulação de utentes nas urgências dos hospitais. E a primeira desmistificação relaciona-
se com o facto de a Sr.ª Deputada referir que se trata de um problema novo.
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Não disse isso, disse o contrário!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — De facto, Sr.ª Deputada, não se trata de um problema novo, é um problema
que acontece, infelizmente, de forma regular, todos os anos. Aliás, basta ver as notícias: em 4 de janeiro de