9 DE JANEIRO DE 2015
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atempadamente profissionais de saúde; a recorrer ao trabalho temporário, promovendo a precariedade laboral
e o trabalho sem direitos; e a insistir na contenção de custos e no encerramento de imensos serviços, que
podiam contribuir para evitar o congestionamento que se está a verificar nas urgências dos hospitais.
Lembro-me de o Sr. Ministro, no início da Legislatura, dizer na Assembleia que encerrava serviços para
melhorar o acesso aos cuidados de saúde por parte dos portugueses. Sr. Ministro, o resultado parece que
estar agora bem visível!
Aliás, está toda a gente a testemunhar que só há uma conclusão possível a extrair do que se está a passar
nas urgências hospitalares: o Governo não está a conseguir colocar os serviços de urgência dos hospitais a
responder às necessidades do País.
As políticas do Governo para a saúde falharam em toda a linha e o mínimo que hoje poderíamos esperar
do Sr. Ministro era que, de facto, reconhecesse que as políticas do Governo estão a transformar as urgências
hospitalares num verdadeiro caos. Isto era o mínimo que se exigia do Sr. Ministro da Saúde.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A Mesa regista as inscrições, para intervirem a seguir, dos Srs. Deputados Teresa
Caeiro, do CDS-PP e João Semedo, do BE.
Sr.a Deputada Teresa Caeiro, tem a palavra para uma intervenção.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados, Sr.
Ministro da Saúde: Gostaria de começar por reiterar, em nome da bancada do CDS, a total confiança no nosso
Serviço Nacional de Saúde, nos seus profissionais e na forma como a tutela, através do Sr. Ministro e do Sr.
Secretário de Estado, tem assegurado a sustentabilidade e a continuidade do Serviço Nacional de Saúde, de
que todos nos orgulhamos.
Vozes do CDS-PP e do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Dito isto, é evidente que lamentamos profundamente as mortes
ocorridas e apresentamos as nossas condolências aos familiares e aos próximos das pessoas que faleceram.
Há aqui uma questão muito importante, sobre a qual ainda não ouvi nenhum dos elementos da oposição
pronunciar-se: a importância dos inquéritos que foram imediatamente instaurados no sentido de saber o que é
que realmente aconteceu.
É muito fácil lançar suspeitas, lançar o alarmismo, invocar o caos a torto e a direito, como tem sido feito,
nomeadamente pelo Partido Socialista, que agendou este debate. A verdade é que importa não retirar
conclusões precipitadas, aguardar o resultado destes inquéritos, extrair as devidas ilações e corrigir os
eventuais erros que tenham ocorrido.
Relativamente à previsibilidade dos picos, tenho a dizer que é evidente que esta previsibilidade era
conhecida tanto desta tutela como da tutela, durante praticamente sete anos, do Partido Socialista. E não foi
por isso que não deixou de haver, aqui e acolá, situações de crise e de excesso e também falta de
profissionais para responderem às necessidades.
Apesar de todas as medidas que possam ser tomadas para acautelar os previsíveis picos de acesso às
urgências, há sempre imponderáveis — tal como na nossa vida — que não podem acautelados, como, por
exemplo, a falta de médicos por baixa, por doença.
Vozes do CDS-PP: — Pois, claro!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Basta registar-se a falta de meia dúzia de médicos para que todo o
sistema, toda a estrutura de uma unidade, que está interligada, não seja capaz de atender a todas as
necessidades.
Vozes do CDS-PP: — É verdade!