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9 DE JANEIRO DE 2015

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Sr. Deputado, eu não queria falar nisto, mas disse que viemos aqui tratar de uma mistificação. Convém não

esquecer que as notícias falam que há pessoas a morrer nas urgências.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Já morreram algumas!

A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Não sei se considera que isso justifica que nos detenhamos,

particularmente, sobre este assunto.

Aplausos do PS.

Queria, ainda, dizer-lhe outra coisa: se o Sr. Deputado, por exemplo, comparar o número de urgências de

dezembro de 2014 com o de dezembro de 2013 no Hospital Amadora-Sintra, verificará que houve menos

pessoas que foram às urgências neste ano do que no anterior. Na minha intervenção, eu disse que esta

situação era perfeitamente previsível, porque estamos numa altura em que há maior afluência às urgências. E

eu também disse que se deveria ter feito, prévia e preventivamente, numa atitude proativa, aquilo que o Sr.

Secretário de Estado só fez depois, tentando remediar a situação,…

Vozes do PS: — Muito bem!

A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — … tentando remediar a situação, fazendo um despacho a correr, para

tomar uma medida que já devia ter sido capaz de ter tomado há muito tempo.

Aplausos do PS.

Sr. Ministro, o grande objetivo do PS não é fazer alarme destas situações, nem dar demasiada importância

a casos pontuais que podem acontecer e que lamentamos, porque são dramáticos; a nossa grande

preocupação é explicar às pessoas o que se passa, é evitar que a situação continue e dar credibilidade ao

Serviço Nacional de Saúde, às nossas urgências, porque, neste momento — como disse na minha

intervenção, e repito —, as pessoas têm medo de adoecer e de ter necessidade de ir às urgências, porque o

que lá se passa é demasiado grave, e a responsabilidade é sua, Sr. Ministro.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — A Mesa regista, para já, as inscrições, para intervirem, dos Srs. Deputados Carla

Cruz, do PCP, e José Luís Ferreira, de Os Verdes.

Tem a palavra, Sr.a Deputada Carla Cruz.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, Sr. Ministro da

Saúde: Vêm o Sr. Ministro e o Governo dizer que esta é uma situação pontual. Não é. É mentira, Sr. Ministro!

Esta é uma situação recorrente, e o Governo sabia dela há muito, pelo menos há um ano sabia desta situação

que está a ocorrer quer nos hospitais, quer nos centros de saúde, quer em todos os serviços de urgência

deste País.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — O Sr. Ministro e o Governo vêm, agora, dizer que a situação decorre da falta

de médicos no Serviço Nacional de Saúde. O Sr. Ministro sabe que é por opção política deste Governo, pelas

medidas que este e anteriores Governos tomaram, que levou a que muitos profissionais de saúde

abandonassem precocemente o Serviço Nacional de Saúde. Há muitos médicos que saíram precocemente,

que pediram a aposentação, porque não concordam com esta política, e esses são profissionais que fazem

falta ao Serviço Nacional de Saúde.