I SÉRIE — NÚMERO 37
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sede de Orçamento do Estado, fosse acautelado um plano de revitalização económica para a Ilha Terceira.
Chumbaram essa proposta aquando da discussão do Orçamento do Estado para 2014 e tornaram
recentemente a chumbá-la no debate do último Orçamento.
Na sua recente visita aos Açores, o Sr. Primeiro-Ministro comprometeu-se com o Presidente da Câmara da
Praia da Vitória a dar uma resposta concreta, até ao final do ano, às propostas que ele lhe havia apresentado.
Que se saiba, até hoje, nada chegou à Câmara da Praia.
A falta de solidariedade governamental para com os Açores tem sido uma constante, neste e noutros
casos.
Agora, com a decisão conhecida, que penaliza seriamente os Açores e a Ilha Terceira, gostaria de
perguntar ao Sr. Deputado…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Enes (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, gostaria de perguntar ao Sr. Deputado se não acha que o Governo da República
deve, com caráter de urgência, implementar um plano de revitalização económica para a Ilha Terceira.
Para terminar, gostaria de citar aqui uma frase…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Enes (PS): — … do Sr. Primeiro-Ministro ou do líder Pedro Passos Coelho, que disse,
recentemente, na Ilha do Pico, o seguinte: «Os resultados evidenciados pelo Governo dos Açores têm
demonstrado um sentido de equilíbrio muito grande e, portanto, em contínuo equilíbrio orçamental».
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado
António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Joaquim Ponte, quero cumprimentá-lo por
trazer à Assembleia da República o tema da Base das Lages e a situação em que os respetivos trabalhadores
e a economia da Ilha Terceira ficam perante a decisão unilateral dos Estados Unidos de despedir 500
trabalhadores portugueses e de retirar 500 militares ou civis norte-americanos que prestam serviço na Base
das Lages.
Quero manifestar aqui a nossa preocupação com esta situação. O Grupo Parlamentar do PCP compartilha
todas as preocupações relativas a esta matéria.
Obviamente, para nós, não é um motivo de congratulação a existência de uma base militar norte-americana
nos Açores e não nos orgulha o facto de a Base das Lages ter ficado associada ao anúncio do início da
Guerra do Iraque, por exemplo, mas há uma realidade objetiva com que estamos confrontados, que é a de que
a Base das Lages é, de longe, o maior empregador da Ilha Terceira. É uma realidade objetiva com a qual
convivemos, obviamente, e preocupamo-nos com os postos de trabalho dos trabalhadores portugueses da Ilha
Terceira e com o impacto que a Base das Lages tem na economia da Região.
Mas também nos preocupamos com o facto de, desde há muitos anos, as relações entre o Estado
português e as autoridades norte-americanas, relativamente à Base das Lages, serem marcadas pelo
unilateralismo norte-americano. Lembramo-nos perfeitamente do facto de as autoridades norte-americanas
terem deixado de cumprir o acordo laboral da Base das Lages e terem passado a decidir, de forma unilateral,
a definição das relações de trabalho da Base das Lages, o que é uma preocupação.
Agora estamos confrontados com mais uma decisão unilateral.
Aquilo que nos parece fundamental neste momento é que todos assumam as suas responsabilidades, que
esta Assembleia da República, como já se decidiu, ouça o Ministro dos Negócios Estrangeiros, para saber o
que está a ser falado com as autoridades norte-americanas no plano diplomático, no sentido de que a
economia da Ilha Terceira seja compensada pelos prejuízos causados por esta decisão unilateral e da