I SÉRIE — NÚMERO 42
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A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Conhecida a execução orçamental
de 2014, confirmamos que, invariavelmente, as boas notícias para o País são sempre más notícias para o
Partido Socialista. Que estranha forma de vida tem este Partido Socialista!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — Conhecidos os dados da execução orçamental de 2014, confirmamos
aquilo que a teimosia da oposição quis sempre tentar negar. Em 2014, o défice foi melhor do que o previsto.
Em 2014: o défice baixou 1761 milhões de euros face a 2013; o Estado gastou menos; a despesa diminuiu
1192 milhões de euros; o desemprego baixou como há muito não acontecia; a retoma económica foi uma
realidade; a criação de riqueza esteve acima da média da zona euro; alcançámos pelo segundo ano um saldo
primário positivo, condição fundamental para termos uma dívida pública sustentável a longo prazo;…
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
… o Estado português honrou os seus compromissos e pagou atempadamente aos seus fornecedores; a
confiança dos consumidores e dos agentes económicos recuperou; cumprimos as metas com que nos
comprometemos; terminámos o resgate e recuperámos a nossa soberania.
E tudo isto significa que a credibilidade do caminho percorrido tem um valor e que, sobretudo, tem
consequências: a consequência do alívio fiscal e da esperança.
Mas quanto vale, afinal, a credibilidade? Quanto vale a credibilidade na vida e no dia a dia dos
portugueses?
Vale a recuperação de rendimentos. Vale a recuperação do poder de compra. Vale a devolução dos
salários que o PS cortou. Vale a eliminação da CES (contribuição extraordinária de solidariedade). Vale a
subida do salário mínimo nacional que o PS congelou. Vale a reforma do IRS que este Governo definiu e
contra a qual o PS votou. Vale o aumento do rendimento disponível para quem trabalha e tem filhos a cargo.
Valeu a descida de impostos, pela segunda vez consecutiva, para as empresas, proposta contra a qual o PS
votou. Vale a atração de investimento. Vale a criação de postos de trabalho. Valem melhores condições de
financiamento para a economia. Valeu o descongelamento das pensões mínimas, sociais e rurais. Valeu a
descida das taxas moderadoras. Valeu a descida do preço dos medicamentos.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Há, pois, toda uma diferença entre o tempo do PS e o tempo deste Governo. O tempo em que, afinal, não
houve segundo resgate; o tempo em que, afinal, não houve programa cautelar; o tempo em que, afinal, não
houve espiral recessiva; o tempo em que, afinal, não houve mais troica; o tempo em que, afinal, não houve
irrealismo; e o tempo em que, afinal, a realidade nunca cedeu à demagogia.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Este é, manifestamente, o tempo em que a audácia e a capacidade dos
portugueses não deixou espaço ao descrédito da oposição.
Há toda uma diferença entre este tempo e o tempo do PS, o tempo em que o PS se perdeu no seu enredo
e numa ficção que ele próprio criou.
E, falando a vossa terminologia, para que nos entendamos, houve, de facto, um choque. E não foi um
choque tecnológico. Houve, sim, uma colisão frontal entre o destino que vaticinaram para Portugal e aquilo
que os portugueses conseguiram fazer, apesar do vosso legado.
Há, pois, uma diferença, colossal e inconfundível, entre o vosso tempo e este tempo, que é o tempo da
responsabilidade, da coerência, da consolidação, do crescimento, da credibilidade; em suma, o tempo do rumo
certo.