20 DE FEVEREIRO DE 2015
29
encontro da necessidade de se fazer o rastreio. Passado este tempo todo, o que valia a pena apurar é qual o
resultado dessa mesma resolução.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr.ª Deputada, tem mesmo de concluir.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, termino já, dizendo que este é, de facto, um problema
bastante sério e que há muitas opções que devem ser tomadas. Mas, mais uma vez, vemos que o PSD e o
CDS preferem continuar a enfiar a cabeça na areia e a não tomar as medidas que garantam o tratamento mais
adequado a todos os portugueses.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, quero apenas sublinhar a utilidade e a
oportunidade destas iniciativas legislativas, porque foram decisivas para que o Governo atuasse.
Como sabemos, foi preciso ter morrido gente, foi preciso o Sr. Ministro ter sido confrontado, na Comissão
de Saúde, por um doente para o Governo chegar a acordo. Agora, foi preciso trazer este assunto a Plenário
para que o Governo, aparentemente, disponibilizasse o medicamento.
Sr.ª Deputada Conceição Caldeira, a iniciativa de Os Verdes não está totalmente ultrapassada, não pode
fazer essa afirmação, porque se a Sr.ª Deputada a faz, de duas, uma: ou não leu o projeto de Os Verdes até
ao fim ou, então, já temos no terreno um programa nacional de prevenção e de diagnóstico para o VHC. Ora,
como não há dados que nos indiquem que esse programa está no terreno, tenho de concluir que a Sr.ª
Deputada não leu o projeto até ao fim.
Mas não está nada ultrapassado, Sr.ª Deputada! Ainda falta saber muita coisa, há responsabilidades que
ainda têm de ser apuradas. Nomeadamente, é preciso saber porque é que havia doentes que precisavam
destes medicamentos sem que tenham sido efetuados os respetivos pedidos, falta saber por que é que havia
doentes para os quais o pedido foi efetuado mas que aguardavam uma eternidade para uma resposta, e ainda
falta saber por que é que havia ainda doentes para os quais o pedido foi efetuado e autorizado mas
continuaram sem acesso ao medicamento.
Também é preciso compreender como é que o Governo só agora conseguiu um acordo, depois de o
mesmo ter andado mais de um ano «a marinar».
Por fim, Sr.ª Deputada, é preciso saber o que o Governo tem vindo a fazer para não ficar refém da
farmacêutica. É preciso saber o que o Governo tem feito para evitar que a investigação e a inovação na área
do medicamento fique limitada apenas à indústria farmacêutica. Portanto, ainda há muito para esclarecer e as
iniciativas não estão, mesmo, ultrapassadas.
Aplauso de Os Verdes e do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Srs. Deputados, vamos passar para o quinto ponto da ordem de
trabalhos, que consiste na discussão, na generalidade, da proposta de lei n.º 267/XII (4.ª) — Primeira
alteração à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, estabelece o regime jurídico das autarquias locais, aprova o
estatuto das entidades intermunicipais, estabelece o regime jurídico da transferência de competências do
Estado para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais e aprova o regime jurídico do
associativismo autárquico (ALRAA).
Neste momento, temos apenas a inscrição do Sr. Deputado Joaquim Ponte, a quem dou, de imediato, a
palavra.
O Sr. Joaquim Ponte (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A presente iniciativa da Assembleia
Legislativa Regional dos Açores deu entrada nesta Assembleia da República a 22 de dezembro passado, com
um requerimento de declaração de urgência que, por impossibilidade material de cumprir os prazos e os