21 DE FEVEREIRO DE 2015
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Presidente. Nos hospitais, temos uma capacidade efetiva que é maior, porque está instalada, do que aquela
que é utilizada. Portanto, quando é necessário que essas camas sejam disponibilizadas, elas são-no.
O Sr. Ministro da Saúde e o Sr. Secretário da Saúde já o explicaram com muito detalhe no Parlamento.
Não sei por que é que a Sr.ª Deputada insiste em dizer o contrário.
Finalmente, quanto ao relatório sobre a barragem do Tua, peço imensa desculpa à Sr.ª Deputada, mas não
tinha, de facto, memória dessa sua pergunta. Porém, ainda agora foi solicitado ao Sr. Ministro que esse
relatório — se existir, não o conheço — seja remetido à Sr.ª Deputada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Agradeço ao Sr. Primeiro-Ministro e a todos os oradores que intervieram no debate.
Fica concluído este debate quinzenal.
Cumprimento o Sr. Primeiro-Ministro e os Srs. Membros do Governo presentes.
Ainda constam da nossa ordem do dia três pontos antes de procedermos às votações regimentais, dois dos
quais não têm tempos atribuídos.
O terceiro ponto consta da discussão do projeto de resolução n.º 1232/XII (4.ª) — Honras de Panteão
Nacional a Eusébio da Silva Ferreira (PSD, PS, CDS-PP, PCP, BE e Os Verdes).
Os partidos acordaram em atribuir 2 minutos a cada grupo parlamentar para intervir sobre este projeto de
resolução.
Tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Duarte Marques.
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O Parlamento português toma
hoje uma decisão que não é frequente, que não é habitual, e todos nós, como representantes da nação e dos
portugueses, assumimos uma enorme responsabilidade, que é a de conceder honras de Panteão Nacional a
um português.
Eusébio da Silva Ferreira foi sempre símbolo de união.
Num período em que o futebol é muitas vezes símbolo de disputa, de algum fanatismo, Eusébio foi o
símbolo do fair play.
Durante a sua vida, durante a sua carreira desportiva, após a sua carreira desportiva e após a sua morte,
Eusébio conseguiu aquilo que muitos julgavam impossível: sentar à mesma mesa clubes, adeptos,
profissionais, num sinal de respeito, que nos deve inspirar e honrar a todos.
A maior memória de Eusébio não são os seus golos, não são as suas vitórias, não são os campeonatos
ganhos e os prémios obtidos lá fora e cá dentro. O maior prémio de Eusébio, o seu maior exemplo para a
nossa memória coletiva é o seu fair play, e é isso que devemos honrar hoje.
Eusébio foi um elemento fundamental da identidade de um povo, não só do povo português, do povo
moçambicano, mas também um exemplo para a CPLP, para a lusofonia, para a cultura lusófona e para a
identidade portuguesa.
Eusébio foi, para muitos, o maior elo de ligação entre as nossas comunidades.
O seu exemplo de generosidade, o seu exemplo de espírito de sacrifício, o seu exemplo de fair play, o seu
exemplo de esforço e o seu exemplo de rigor são um exemplo para todos nós.
Eusébio da Silva Ferreira conseguiu, num tempo em que as redes de comunicação não eram as atuais,
levar o nome de Portugal aos quatro cantos do mundo. Portugal era muitas vezes conhecido por causa de
Eusébio, que foi sempre um exemplo tanto para as comunidades portuguesas no estrangeiro, para os
portugueses que vivem em Portugal, mas, sobretudo, para todo o mundo e para aqueles que ficaram a
conhecer Portugal através de Eusébio e de outros símbolos.
Eusébio foi, por isso, um símbolo nacional que sempre conseguiu unir a nossa memória e a nossa história.
Não podemos deixar de recordar, no dia da sua morte, as homenagens que lhe foram feitas por parte de
outros clubes, de outros países, de outras culturas que, unidos, souberam homenagear e respeitar a sua
memória.
Foi nesse dia que pensámos que Eusébio era um exemplo que devia ficar para a nossa História. Em vida e
na morte, nunca conseguiremos retribuir aquilo que Eusébio fez pelo nome de Portugal, pela cultura
portuguesa e pela imagem dos portugueses nos quatro cantos do mundo.