O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 53

8

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, concluo dizendo que, se o fizemos, foi justamente porque

também conseguimos conquistar credibilidade e confiança suficiente para alterar várias das condições que

estavam contratualizadas. Mas, Sr. Deputado Luís Montenegro, fizemo-lo sempre no quadro das condições

que estavam assinadas entre Portugal, o Governo português de então, e as instituições internacionais.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para a segunda intervenção deste debate, tem a palavra o Sr. Deputado Ferro

Rodrigues.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Secretário de Estado, Sr.as

e

Srs. Deputados: Falemos, então, de dignidade.

O Sr. Primeiro-Ministro disse, em junho, que nos últimos anos o Serviço Nacional de Saúde tinha

conseguido melhor atendimento. Está à vista esse melhor atendimento nos últimos meses. Em setembro,

disse que a sua missão era a de salvar o Serviço Nacional de Saúde, mas, entretanto, o garrote financeiro que

foi imposto ao SNS, contra a dignidade do País, fez com que, paulatinamente, este se fosse aproximando do

colapso, o que não irá acontecer porque, entretanto, será posto cobro a isto.

A situação das urgências em múltiplos hospitais é assustadora. Ninguém assume, no seu Governo — nem

o senhor, nem a Ministra das Finanças, nem o Ministro da Saúde —, quaisquer responsabilidades políticas,

mas muitos dirigentes e profissionais deram um exemplo de dignidade — cá está a dignidade! — ao não

pactuarem com a falta de condições de trabalho e de assistência aos doentes.

Aplausos do PS.

Nos últimos meses, o que se tem visto é uma debandada desses cargos por razões explicáveis pela

situação e a evolução terrível que existe nos hospitais. Sr. Primeiro-Ministro, será que isto é tudo normal? Será

que se trata apenas de um somatório de casos isolados?

O Bastonário da Ordem dos Médicos disse, há pouco tempo, que não tem qualquer dúvida em afirmar que,

neste momento, o Serviço Nacional de Saúde português não cumpre os seus preceitos constitucionais.

Protestos do PSD.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Não gostam de ouvir a verdade!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — O que diz a tudo isto? Não acha que há muitos portugueses que estão a

ser tratados nos serviços de urgência e nos hospitais muito abaixo do limiar de dignidade?

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, espero bem que não se

confundam os planos.

O que há pouco motivou a minha resposta ao Sr. Deputado Luís Montenegro teve a ver com a

interpretação que foi feita de uma afirmação do Presidente da Comissão Europeia sobre ter-se atingido a

dignidade dos portugueses e de Portugal com a troica. Tive a ocasião de dizer ao Sr. Presidente da Comissão

que a dignidade de Portugal e dos portugueses não foi atingida.

O Sr. Amadeu Soares Albergaria (PSD): — Exatamente!