26 DE FEVEREIRO DE 2015
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Aplausos do PS.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — E as autoestradas?
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — O PSD é, aqui, o rosto daqueles que, por orgulho, cortaram na saúde o
dobro do que o Memorando da troica exigia. Esse é o custo que se paga em tempos de espera e em vidas nos
serviços de saúde por todo o País.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — O PSD é o rosto de três anos de recessão que pôs o PIB ao nível de 2001.
Quando a Europa está a apostar no investimento, quando Juncker pede desculpa aos portugueses, o PSD é o
rosto do investimento ao nível de 1980 e é o rosto de mais um ano de crescimento da dívida pública, como
disse o Banco de Portugal.
O PS estará aqui, pela Europa e por Portugal.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para responder a este conjunto de perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Clara
Marques Mendes.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr.ª Presidente, agradeço a todos os Srs. Deputados as questões
que colocaram.
Começo pelo Partido Socialista, em que, desde logo, o Sr. Deputado Eduardo Cabrita disse que esperava
de mim uma análise lúcida. Pois devo dizer-lhe que também esperaria que o Sr. Deputado tivesse um
momento de lucidez, tal como teve o Dr. António Costa, cujas declarações, proferidas há três dias,
conhecemos hoje e que passo a citar. Diz António Costa: «Como nós dizemos em Portugal, os amigos são
para as ocasiões e, numa ocasião difícil para o País, em que muitos não acreditavam que o País tinha
condições…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ah!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — … para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os chineses,
os investidores chineses disseram presente, vieram e deram um grande contributo para que Portugal pudesse
estar hoje na situação em que está, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos atrás». Pois
é!…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Palmas para o Dr. António Costa!
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Desde já, devo dizer ao Partido Socialista que se deve organizar.
Ainda em resposta ao Sr. Deputado Eduardo Cabrita, aproveitando o facto de o Sr. Deputado referir só
críticas e que é tudo mau, uma vez que só faz críticas, gostaria de perguntar ao Sr. Deputado qual é a opinião
que tem relativamente ao que aconteceu na passada semana em França, com um governo socialista, que o
Partido Socialista apoia, no que diz respeito à reforma laboral.
A verdade é que a reforma laboral, ao contrário do que aconteceu em Portugal, em que foi feita em
concertação social, votada e discutida na Assembleia da República pelos representantes de todos os
portugueses, a França retirou a proposta dos representantes franceses e levou-a à votação simplesmente no
Governo. Se tal acontecesse connosco, os Srs. Deputados diriam «é uma golpada, é uma vergonha».