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26 DE FEVEREIRO DE 2015

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onde estiver o poder, seja ele qual for, porque não têm qualquer utilidade na vida portuguesa senão para

lutarem de forma a alcançarem e permanecerem no poder.

E, hoje, quando ouço aqui o Sr. Deputado fazer estas pantominas em apoio do Governo do PSD, que,

ainda por cima, vos desrespeita e maltrata em todas as oportunidades, digo-lhe: Sr. Deputado, não exagere

nessa farsa! Se calhar, ainda vou ouvir aqui o mesmíssimo Sr. Deputado Telmo Correia a dar vivas ao

investimento, ao crescimento e ao emprego!

Aplausos do PS.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Já aconteceu! É hoje!

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro

Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto, acompanhamos uma

parte considerável da sua intervenção, particularmente no que toca à reunião do Eurogrupo e à posição do

Governo português assumida pela Sr.ª Ministra das Finanças.

De facto, é vergonhoso o que aconteceu. Já percebemos que o Governo português tem uma tática, que

começa a ser cada vez mais clara: tem medo de qualquer avanço que possa existir na Grécia, porque sabe

que qualquer avanço é a prova da sua incompetência e da sua subserviência. Por isso, a tática resume-se no

seguinte: para o Governo português, particularmente para Maria Luís Albuquerque, a tática é a do «quanto

pior, melhor». Isto é, quanto pior na Grécia, melhor para poderem dizer que não havia alternativa.

Mas, Sr.as

e Srs. Deputados, desenganem-se! Havia e há mesmo alternativa. O Governo português é que

tem muito medo de levantar a voz na Europa e, por isso, foi sempre submisso e subserviente.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — O Governo português e os outros 17 governos!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — E a reunião do Eurogrupo diz-nos exatamente isso.

Mas há uma pergunta que tenho de lhe fazer, Sr. Deputado. Na reunião do Eurogrupo foi várias vezes

descrita a situação como sendo o debate de 1 contra 18. Ora, tendo até estado o Sr. Deputado, juntamente

com o líder do seu partido, na reunião da Internacional Socialista, onde vários governos apoiados pelo Partido

Socialista têm assento, mesmo os Governos que têm assento na reunião do Eurogrupo, pergunto-lhe, então,

como é que, discutindo uma matéria com esta importância sobre se a Europa deve ser só austeridade ou se

deve ter dignidade e um caminho para defender os povos, víamos que, nesse Eurogrupo, estava 1 contra 18.

Onde estavam, então, esses partidos da Internacional Socialista? Onde estavam esses países governados

pelos partidos da Internacional Socialista?

Há uma outra matéria sobre a qual gostaria de saber a sua opinião. Enquanto estamos a ter este debate,

enquanto os argumentos estão a ser trocados, enquanto a maioria diz que Portugal não é a Grécia e que

Portugal está muito melhor, esquecendo todas as agruras por que os portugueses passam, todas as

dificuldades, quer no acesso ao emprego, quer no acesso a elementos fundamentais como a saúde e a

educação, soubemos que, da parte da Comissão Europeia, Portugal é atualmente considerado como um país

preocupante devido aos seus desequilíbrios económicos, particularmente no que toca ao números elevados do

desemprego e, principalmente, no que diz respeito à dívida pública. Essa dívida, que era o argumento para a

entrada da troica e que não parou de aumentar, ano após ano do mandato deste Governo, assumindo sempre

valores superiores àqueles que o Governo tinha como previsão.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente.

Afinal, neste debate, vamos continuar a ter um Governo que se dizia o «bom aluno» e que agora está sob o

olhar atento da Comissão Europeia devido aos desequilíbrios económicos, ou há ainda alguma esperança que

deste Governo possa surgir uma voz que diga «dignidade»? Pode ainda haver alguma dignidade no nosso