26 DE FEVEREIRO DE 2015
25
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Mas têm austeridade!
O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — A Grécia vai no segundo programa, não saiu, e prolongou-o por
quatro meses. Há montantes diferentes, as condições e as circunstâncias são diferentes.
Hoje, Portugal, no mercado, obteve uma taxa de 2%, inferior à dos Estados Unidos, o que até vai sendo
reconhecido pelos mais insuspeitos, como, por exemplo, pelo Secretário-Geral do PS, António Costa, que
agradeceu, na entrada do novo ano chinês, o contributo para que Portugal pudesse estar hoje na situação em
que está, ou seja, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — O segundo aspeto que gostaria de referir é o de que nenhum
Governo, e este muito menos, gosta de austeridade. Este Governo aplicou o Programa de Assistência
Económica e Financeira negociado pelo Governo Sócrates.
O terceiro aspeto que gostaria de referir é no sentido de reafirmar o nosso respeito pela Grécia e pelo povo
grego, e só assim poderia ser. São nossos aliados na NATO, são nossos parceiros na União Europeia, são,
sobretudo, nossos parceiros na união económica e monetária.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — Partilhamos princípios, partilhamos valores, partilhamos a mesma
moeda, o que não é pouca coisa, pois partilhar a mesma moeda quer dizer que estamos numa união política e,
portanto, só pode haver solidariedade do nosso lado.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — Sr. Presidente, como o Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto usou da
palavra durante 10 minutos, permita-me mais 45 segundos.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — 30 segundos.
Risos.
O Sr. Carlos Costa Neves (PSD): — O quarto aspeto que gostaria de referir é o de que estou certo que se
chegará a boas soluções, que se continuará a chegar a boas soluções.
Aqui fazem-se abordagens institucionais, estratégicas. Não é o PPE, ou o PSE, ou os partidos a ou b,ou o
Syriza, ou mesmo os Estados-membros, é o governo da Grécia, são as instituições da União Europeia na sua
diversidade político-partidária, é Dijsselbloem, é Moscovici, é Juncker, são os primeiros-ministros dos Estados-
membros. Portanto, a alguma coisa se chegará.
Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto, passou, talvez, demasiado desapercebido o facto de, no último Conselho
Europeu informal, Juncker ter apresentado um documento — e lá está escrito que foi com a estreita
colaboração de Tusk, Dijsselbloem e Draghi — em que refere que está a preparar os próximos passos para
uma melhor governação económica na zona euro.
Por isso, pergunto: concorda ou não concorda que quem partilha a mesma moeda tem de ter uma outra
arquitetura de governação? Concorda ou não concorda que temos de estar obrigados ao cumprimento de
determinadas regras e temos de alterar os compromissos? Concorda ou não concorda que não se pode
continuar no meio da ponte? Acha ou não acha que o tempo urge? É que já estamos à espera desde 2007,
quando começou a crise. Concorda ou não concorda que, em junho, temos de ter novas regras e uma outra
solidariedade na união económica e monetária?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.