I SÉRIE — NÚMERO 58
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … com mais investimento que permita mais crescimento e com esse
crescimento permita que combatamos, nunca o negámos, aquela que tem sido, e continua a ser, a fratura
social mais difícil do nosso País, que é o desemprego.
Compreendemos bem que para uma pessoa que está desempregada, o desemprego é 100% para essa
pessoa. Mas também não admitir que atingimos, no pico da crise, resultante de um programa do memorando
que foi negociado pelo Partido Socialista, uma taxa inaceitável de 17,7% e que, hoje, estamos a 13,3%, ou
seja, estamos praticamente com a mesma taxa de desemprego do tempo em que o Partido Socialista dizia
que havia crescimento e que aumentou salários da função pública para ganhar eleições…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Este é o tal Portugal que funciona, que recupera. Nas dificuldades,
com certeza, e elas mantêm-se. Uma taxa de 13,3% é elevada, e esta é a pergunta que gostaria de deixar,
esse é o grande desafio deste Governo.
Mas, retomando, não poderia deixar de notar o seguinte: sabendo nós que o desemprego ainda é alto, não
admitir que desceu nos últimos anos, como o Sr. Deputado João Oliveira, do PCP, acabou de dizer, é
manifestamente não prestar a devida homenagem aos empresários e aos trabalhadores portugueses que, nas
dificuldades, têm sabido superar a crise.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Mas, Sr. Deputado Luís Montenegro — e com isto termino, Sr.ª Presidente —, os próprios autarcas do
PCP, aqueles que andam no terreno, aqueles que conhecem o que se passa nos seus concelhos, vêm
desmentir…
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — A farronca!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … a tal farronca… Confesso que não percebi muito bem, mas não
deve ser bom.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado Nuno Magalhães, queira concluir.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
A tal farronca de que o Sr. Deputado João Oliveira falava é desmentida pelos próprios autarcas do PCP.
Sr. Deputado João Oliveira, sucede que na Assembleia Municipal de Setúbal, na passada sexta-feira, a Sr.ª
Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, e bem, que é do PCP, distribuiu aos Deputados municipais, tal
como eu próprio, um conjunto…
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Vou já terminar, Sr.ª Presidente. Tem toda a razão.
Como estava a dizer, a Sr.ª Presidente da Câmara Municipal de Setúbal distribuiu o que tem feito em prol
do concelho. Entre várias coisas, o que lá se lê é que, no último ano, foram criados 1700 postos de trabalho
em grandes superfícies, nomeadamente nos tais grandes grupos económicos que o PCP tanto critica.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, peço-vos, de novo, que respeitem o tempo regimental, porque há um
excesso de uso do tempo e, depois, o debate prolonga-se desproporcionadamente.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro para responder.