I SÉRIE — NÚMERO 72
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o PCP tentou fazer aqui hoje, ou virar para o verdadeiro tratado que está aqui em cima da mesa, que é a
criação de um Tribunal Unificado de Patentes. Só essa é que está aqui em causa! E, mesmo essa, tal como já
aqui hoje foi recordado, importa deixar claro que não viola a ordem jurisdicional portuguesa, nem evita que as
empresas portuguesas possam ter acesso, antes pelo contrário. Ao estabelecer-se, em Portugal, uma divisão
local do Tribunal Unificado de Patentes dá-se acesso direto às empresas portuguesas para que possam
apreciar as suas reclamações especificamente em matéria de conflitualidade em relação a patentes,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. AntónioRodrigues (PSD): — … mas, mais do que isso, faz também com que uma decisão aqui
tomada seja válida para o universo de todos os Estados subscritores desta mesma matéria.
Ao mesmo tempo, evitará também a segunda crítica feita a esta matéria, a de afastar a utilização da língua
portuguesa. Se este Tribunal fica situado em Portugal, apoiar-se-á, com certeza, na língua portuguesa, pelo
que não há qualquer tipo de prejuízo nem em matéria de cultura, nem em matéria de ciência, nem em matéria
de jurisdição. Portanto, caem por terra todas as críticas que têm sido feitas.
Mas, pelo contrário, podemos ver as vantagens. E as vantagens são: para além de podermos ter, em
primeira instância, um tribunal que gere e julga estas matérias em Portugal — e era importante que alguém
referisse o número de ações que são colocadas, por ano, em tribunais portugueses relativamente a patentes,
que é um número manifestamente pequeno —, não por ação deste Governo mas de anteriores, foi
estabelecido um centro de arbitragem para todo o sistema europeu, que tem uma das suas sedes
precisamente em Portugal. Ou seja, não temos somente uma jurisdição nacional, como teremos uma
jurisdição de recurso, através de arbitragem utilizada não só por portugueses, mas também por uma série de
outros Estados europeus, que vão ter de recorrer a Lisboa para poderem utilizar este mesmo sistema
jurisdicional.
O Sr. José Magalhães (PS): — E deu muito trabalho!
O Sr. AntónioRodrigues (PSD): — Ainda bem que deu muito trabalho, Sr. Deputado José Magalhães,
mas deu resultado, do qual os portugueses e as empresas portuguesas podem beneficiar. Era preciso que o
Partido Socialista tivesse a coragem de, hoje, também votar favoravelmente esta matéria. Se, na Legislatura
anterior, era benéfico para Portugal, também será, a partir de hoje, benéfico para as empresas portuguesas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. AntónioRodrigues (PSD): — É por isso que apoiamos esta solução, porque, ao contrário de outros,
não mudamos a nossa opinião de acordo com as conveniências. Mantemos a nossa opinião, a qual, neste
caso, é favorável, porque daqui podem beneficiar as empresas portuguesas, e esperamos que, no futuro,
outros também nos acompanhem.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Dou, agora, a palavra ao Sr. Deputado Telmo Correia, do CDS-PP, para uma
intervenção.
O Sr. TelmoCorreia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros,
Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Sr.as
e Srs. Deputados: Obviamente
que sobre esta matéria a questão está, de certa forma, feita. Queria apenas sublinhar dois ou três aspetos que
me parecem importantes.
O primeiro para realçar, como acabou de ser dito pelo Sr. Deputado António Rodrigues, que não estamos a
falar de uma discussão anterior, protagonizada, em larguíssima medida, pelo próprio Partido Socialista e
relativa ao regime de patentes em si mesmo,…