16 DE ABRIL DE 2015
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aluguer de mão-de-obra, nomeadamente ao trabalho temporário, promovendo a inexistência de intermediação
na relação laboral; quarto, o combate à contratação a tempo parcial; quinto, a promoção do exercício dos
direitos individuais e coletivos dos trabalhadores.
Srs. Deputados, não é possível incentivar a contratação temporária e a termo, bloqueando assim todas as
condições objetivas de estabilidade de vínculo laboral, e ao mesmo tempo afirmar a sua preocupação com o
baixo número de crianças que nasceram em Portugal nos últimos anos.
Como pretendem PSD e CDS incentivar a natalidade quando, ao mesmo tempo, se estimula a
precariedade, se destroem milhares de postos de trabalho e se promovem políticas de baixos salários?
A propósito destes problemas, não se ouve uma única palavra do PSD e do CDS para pôr fim ao flagelo
social da precariedade e do desemprego.
Como é possível os partidos que suportam o Governo aumentarem o horário de trabalho das 35 horas para
as 40 horas, retirando tempo à vida familiar, retirando tempo para o necessário acompanhamento dos filhos e,
ao mesmo tempo, afirmar preocupações com a natalidade?
Sr.as
e Srs. Deputados, não é agravando a exploração sobre os trabalhadores e atacando os direitos
conquistados com o 25 de Abril que se incentiva a natalidade.
O PCP, na afirmação e desenvolvimento de uma política alternativa que incentive a natalidade, respeitando
a articulação da vida pessoal e familiar com a vida profissional, propõe a reposição do período normal de
trabalho para as 35 horas semanais para os trabalhadores em funções públicas, a redução progressiva do
tempo de trabalho para 35 horas semanais para os trabalhadores do setor privado e a eliminação de todos os
mecanismos de desregulação do horário de trabalho, como a dita «adaptabilidade» e o banco de horas.
É com uma política laboral mais justa e respeitadora dos direitos dos trabalhadores que se podem criar as
condições de verdadeiro incentivo à natalidade.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O debate de hoje é, de facto, um
debate importante, mas o debate sobre a natalidade é, sobretudo, um debate sobre direitos. E os direitos das
pessoas é que têm de estar no centro deste debate — direitos no trabalho, na educação e na saúde.
O Bloco de Esquerda traz a este debate na área da saúde duas propostas muito concretas que fazem a
diferença na vida das pessoas. A primeira proposta visa responder às pessoas que se encontram em risco de
ficarem inférteis devido a tratamentos contra o cancro. A recolha e a preservação de gâmetas pode garantir a
estas pessoas a possibilidade de serem mães e pais no futuro.
Não existe uma política pública universal sobre esta matéria no nosso País e deve existir. Todos devem ter
direito a preservar os gâmetas, se assim o entenderem, e não só quem tem dinheiro para isso.
A segunda proposta prende-se com outro dos fatores fundamentais, em termos de saúde, na perspetiva da
natalidade, que é a vacinação, esse grande avanço da ciência — aliás, como todos sabemos, estamos a
comemorar os 50 anos do Plano Nacional de Vacinação.
Fiquei um pouco baralhada com a intervenção da Sr.ª Deputada Teresa Caeiro no que diz respeito à
recomendação da maioria para incluir a vacina pneumocócica, ou seja, a Prevenar, no Plano Nacional de
Vacinação, porque a proposta da maioria não diz que é para carenciados ou não, diz apenas que é para incluir
no Plano Nacional de Vacinação.
Mas, Srs. Deputados, sejamos absolutamente sérios neste debate: essa decisão já esta Assembleia da
República a tomou. Em 2013, esta Assembleia aprovou um projeto de resolução da iniciativa do Bloco de
Esquerda para incluir a Prevenar no Plano Nacional de Vacinação.
Protestos da Deputada do CDS-PP Teresa Caeiro.
Sr. Deputada, vá consultar os documentos, todos sabem que é assim. Portanto, vamos ao trabalho, vamos
implementá-la, porque se faz tarde e porque a Assembleia da República já se pronunciou em 2013!