24 DE ABRIL DE 2015
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A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Quando se propõe o que já existe, é porque o que existe é bom. Por isso,
estamos muito contentes com essa nota.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert,
do CDS-PP.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Algumas das propostas que hoje
discutimos são bastante conhecidas desta Câmara dado que já as debatemos várias vezes nesta Legislatura e
até na anterior, e eu posso remeter para as atas dessas sessões, quer na oposição, quer como parte da
maioria, mantendo uma grande coerência na sua apreciação.
Por exemplo, no que diz respeito ao projeto do PCP sobre o financiamento, que rejeitámos várias vezes,
não nos parece uma forma correta de olhar para o ensino superior e é, sobretudo, uma forma altamente
insustentável do ponto de vista financeiro, porque não se percebe de onde viria o orçamento para tal
financiamento.
Protestos do Deputado do PCP David Costa.
Em relação à proposta do Partido Socialista, do regime faseado, devo dizer que o Sr. Deputado Pedro
Delgado Alves fez uma boa explicação sobre o funcionamento do sistema em várias universidades e institutos
politécnicos do País, que dentro da sua autonomia, mas também, naturalmente, dentro das necessidades que
têm de tesouraria, já permitem formas faseadas de pagamento de propinas, sem que tenha de ser o Estado
centralizador a dizer «não, o mínimo é sete, tem de ser assim e os senhores arranjem-se». Julgo que é uma
forma de estarmos aqui, também, de alguma maneira, a tirar aos órgãos de governo próprio destas instituições
a sua autonomia nestas decisões.
Em relação ao projeto do Bloco de Esquerda, nomeadamente no que diz respeito às bolsas do ensino
superior, devo dizer que vale a pena olhar para os dados, até porque, hoje, aparecem em tempo real. Na
página da Direção-Geral é possível consultar os dados das bolsas do ensino superior à data de 20 de abril,
onde percebemos, claramente, que já hoje há um maior número de bolsas atribuídas, nomeadamente no
ensino público, face ao ano letivo total passado.
Sr. Deputado José Soeiro, é verdade que há menos bolsas atribuídas no ensino superior privado, mas, se
for ver, isso acontece porque as instituições não processaram 1800 dos 9000 pedidos no ensino superior
privado, e que é mais de 1/5 que ainda está à espera do processamento das instituições, o que, como
calculará, torna difícil estabelecer o paradigma de que haja menos bolsas.
No entanto, seria muito estranho que houvesse ou, por outra, Sr. Deputado, seria sintomático que, não
tendo havido alterações no regime de bolsas, a única que houve foi a de alargar porque, como sabe e como
bem refere no seu projeto de resolução, retirou a questão das dívidas tributárias e da segurança social, tendo
sido, portanto, uma alteração que se fez no regime no sentido de alargar o número de beneficiários. Se tivesse
havido uma redução de bolsas atribuídas, significaria que tal aconteceria por melhoria da situação económica
das pessoas, porque se não se mexeu no regulamento ou, antes, mexeu-se alargando-se a base de aplicação,
o número de candidatos com bolsa atribuída teria de vir, necessariamente, da melhoria da situação das
famílias. Não é isso que acontece. Houve, de facto, um ligeiro aumento para já, mas os dados finais só serão
conhecidos no fim.
O Sr. Deputado Pedro Delgado Alves referiu que seria um bom momento para fazer um debate sobre o
regulamento de bolsas. Quem fez esse debate contra o Partido Socialista na anterior Legislatura foram
exatamente os partidos da atual maioria e os partidos que estão na oposição à esquerda do Partido Socialista.
Foi preciso reunir aqui uma maioria contra a maioria relativa do Partido Socialista na anterior Legislatura
para obrigar a que se mudasse o regulamento de bolsas, a que este Governo, mal tomou posse, deu
cumprimento. E todos os anos aumenta, por um lado, o número de beneficiários e, por outro lado, aumenta
também a rapidez com que se atribui bolsas,…