24 DE ABRIL DE 2015
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sector do leite nos sectores estratégicos do PRODER — e o Sr. Deputado Miguel Freitas lembrar-se-á com
certeza disso.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Portanto, é estranho que o Sr. Deputado, hoje, venha pedir que sejam
tomadas medidas específicas para o sector do leite e não o tenha feito quando o Partido Socialista estava no
Governo e era responsável pela elaboração de um programa nacional de aplicação de verbas comunitárias. É
curioso que não o tenha feito quando da elaboração do PRODER!
O Sr. Miguel Freitas (PS): — Não é verdade!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Ora, isso não deixa de não ser estratégico para o Partido Socialista.
Sr. Deputado Miguel Freitas, deixe-me ainda dizer-lhe o seguinte: lembrar-se-á que 2008/2009 foi a pior
altura para os produtores de leite, que perderam 14% do seu rendimento. O que é o que o Partido Socialista
fez nessa altura pelo sector? Zero!
Esqueçamos o que está para trás, até porque, normalmente, o Partido Socialista não tem memória e
comete os mesmos erros passado pouco tempo — está a ver-se o que está a acontecer…! — e vamos ver o
que está a passar-se. Neste momento, com as negociações do atual Governo, conseguiu-se um envelope
financeiro de cerca de 400 milhões de euros para apoiar o sector, uma das medidas que o Deputado Miguel
Freitas, no seu projeto de resolução, veio apresentar. Ora, se está a ser feito, não faz muito sentido vir
apresentar.
O Sr. Deputado Miguel Freitas vem pedir que sejam tomadas medidas específicas. Ora, já há medidas
específicas não para o leite, mas para toda a organização agrária, onde poderá haver apoio específico para o
sector, desde que estejam integrado em organizações de produtores, como é o caso do leite.
Sr. Deputado, ainda relativamente a esta matéria, deixe-me dizer-lhe que o Partido Socialista vem tarde e,
com este projeto de resolução, vem talvez fazer um mea culpa, vem, se calhar, dizer que é agora o momento
de fazer aquilo que nós não fizemos. Mas, Sr. Deputado, há algumas contradições que não podem deixar de
ser aqui evidenciadas.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Sr. Deputado, queira concluir.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — No que diz respeito ao greening, o Sr. Deputado sabe que o Governo
português, junto da União Europeia, está a refazer o regulamento que foi feito tardiamente por parte da União
Europeia no sentido de ser possível aplicar as medidas de greening, no caso do leite, ainda este ano. Aliás, o
Comissário Europeu disse há dias que isto seria possível.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Lynce.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Tradicionalmente, há que felicitar os
proponentes pelas propostas apresentadas, as quais, confesso, têm sempre uma grande vantagem, que é a
da de mostrar a diferença entre os nossos partidos, o que é sempre útil. Por isso, trata-se de uma atitude que
não deixaremos de apoiar. O mesmo não digo em relação ao mérito dessas propostas e à nossa aprovação.
Não irei desmontar todas as vossas recomendações, tanto mais que o meu companheiro Abel Baptista já o
fez, além de que a Sr.ª Ministra, quando esteve presente na Comissão, desmontou os respetivos passos. O
que é importante é realçar que a maioria delas já foram implementadas pelo próprio Governo, havendo razões
mais profundas que condicionam o nosso voto, as quais passo a referir.
Primeiro: todas as iniciativas preferem dramatizar a situação, em detrimento de retratar o trabalho
excecional realizado nos últimos 20 anos, embora esteja longe de estar acabado, sem dúvida, e acreditar na