I SÉRIE — NÚMERO 83
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O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — … quero as respostas, quero prioridade na investigação. Os cidadãos e as
cidadãs têm de saber o que aconteceu nos serviços de urgência, e essa responsabilidade é sua. O senhor é
que pode dar a ordem: «Acelerem as investigações!» Ou está à espera de mostrar os resultados quando?
Depois das eleições?!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Ministro, o tempo não é muito e os assuntos a tratar são imensos.
Termino dizendo que as urgências são camas disponíveis, são macas, são cadeiras de rodas, são as
equipas, são os médicos, são isso tudo. Mas as urgências também são outra coisa, são respeito. Respeito por
quem vai às urgências, respeito pelos doentes. Aliás, não será por acaso que alguns hospitais,
nomeadamente o Garcia da Orta, estão, inclusivamente, a recuar naquilo que é uma conquista da
humanização dos serviços de saúde, que é o direito a um acompanhamento, o doente ser acompanhado por
uma pessoa da sua confiança. O Sr. Ministro também podia ter uma palavra a dizer sobre isso.
Mas volto ao respeito que é preciso ter por todos aqueles e aquelas que se dirigem aos serviços de
urgência e esse respeito não tem existido.
E, Sr. Ministro, o senhor não olha para as declarações do seu Secretário de Estado, mas deveria olhar.
Quer saber qual seria uma medida boa para as urgências? Demitir o Sr. Secretário de Estado Leal da Costa,…
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — … porque o Sr. Secretário de Estado Leal da Costa vai permitir que se
acumulem as macas porque isso é qualidade.
Sr. Ministro, tenha a coragem de o demitir, assuma isso.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Por Os Verdes, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, sobre a criação da unidade local de
saúde do Alto Tâmega nem uma palavra; sobre as medidas urgentes para o hospital de Chaves nem uma
palavra e recordo que esta matéria foi objeto de uma resolução aprovada por unanimidade, nesta Assembleia.
Mas o silêncio do Sr. Ministro, de facto, só revela o «respeito» que o Governo tem pelas pessoas de Trás-
os-Montes, a quem, daqui por uns meses, certamente, irá, de novo, pedir o voto.
Sr. Ministro, estamos a viver uma verdadeira revolução tecnológica na área da saúde, mas todos nos
lembramos da forma como o Governo geriu o processo dos novos tratamentos da hepatite C. Foi preciso
morrer gente e foi preciso que o Sr. Ministro tivesse sido confrontado na Comissão Parlamentar de Saúde para
que o Governo desbloqueasse o novo tratamento para os doentes com hepatite C. Foi preciso tudo isso e foi
ainda necessário esperar dois anos para que o Governo se mexesse.
Sr. Ministro, hoje há notícias que nos dão conta de que, num futuro próximo, provavelmente até em breve,
poderão surgir novas terapias ao nível oncológico. Ora, gostaria de saber se o Governo já começou a
considerar essa possibilidade, isto é, se, pelo menos, já se sentou com os parceiros para discutir o assunto ou
se vamos ter de passar pelos mesmos tristes episódios que passámos no caso dos novos tratamentos para a
hepatite C. Gostaria que o Sr. Ministro nos dissesse alguma coisa sobre isto.
Depois, Sr. Ministro, tenho de colocar-lhe uma questão, já hoje abordada, por mais de uma vez,
relativamente à qual o Sr. Ministro se remeteu ao silêncio.
Sr. Ministro, já se concluiu há muito que, por exemplo, a transmissão do vírus da SIDA nada tem a ver com
grupos de risco; quanto muito, terá a ver com comportamentos de risco.