8 DE MAIO DE 2015
29
o menor número de sempre de novos casos de tuberculose; vamos poder cumprir o desígnio de ter um valor
inferior a 20% de mortalidade precoce em 2020.
Em 2015, acrescentámos novos investimentos, garantindo a sustentabilidade futura do SNS. Ao contrário
de outros, fizemos contas antes de propor e propusemos depois de saber que teremos dinheiro para o
executar.
Em que áreas o fizemos? Na inclusão da vacina antipneumocócica incluída no Plano Nacional de
Vacinação, sob proposta da Direcção-Geral de Saúde; na criação da rede de cuidados paliativos, inexistente;
na expansão da rede de cuidados continuados; no estabelecimento de uma rede de cuidados continuados
para a saúde mental; no tratamento da hepatite C, sem paralelo na Europa; na introdução de mais inovação
terapêutica; na aquisição de novos equipamentos para os institutos de oncologia; na contratação de mais
profissionais para o Serviço Nacional de Saúde; e no lançamento de novas infraestruturas e remodelações em
diversas áreas e unidades de saúde.
Tomámos estas opções com a firme convicção de que, para poder continuar a realizar mais despesa
pública na área da saúde — o que todos reconhecemos como necessário —, é preciso uma crescente
responsabilização individual e coletiva de que resulte um compromisso alargado na sociedade portuguesa e
com os partidos sobre o SNS que desejam — aliás, lembrando que um Estado falido nunca pode ser um
Estado social.
O SNS é imprescindível e, como tal, tem de ser duradouramente sustentável. Tal só será possível com
honestidade nas análises, nas avaliações críticas, apoiadas em factos, e no uso da melhor evidência
disponível para que haja racionalidade e consenso nas escolhas.
A saúde dos portugueses é valiosa. Importa, agora e no futuro, obter o maior compromisso possível em
torno do modelo do sistema de saúde português, o que só é possível através do expurgo de discórdias
pontuais em questões não estruturais.
Sr.as
e Srs. Deputados, o Governo está, e estará sempre, aberto para discutir opções que sirvam para
fortalecer o SNS. Contamos com todos para o fazer. Tal como os portugueses têm de contar com este
Governo para lhes dar mais e melhor saúde.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção em nome do partido requerente deste debate
de urgência, o Bloco de Esquerda, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr.ª e Srs. Secretário de Estado, Sr.as
e
Srs. Deputados: O Bloco de Esquerda marcou este debate de urgência porque sabe o que sentem as pessoas
no que toca à saúde no nosso País, mas, quando quisemos colocar o debate no que sentem as pessoas, o
Governo decidiu centrar o debate nos indicadores.
Nós sabemos bem como o Governo gosta de indicadores, trata-os «nas palminhas», fala-lhes meigamente
para ver se eles dizem coisas bonitas e se da realidade apenas dizem coisas boas. Este Governo gosta tanto
de indicadores e é com os indicadores que este Governo nega as pessoas!
Se fossem os indicadores que estivessem, numa reportagem televisiva, expostos naqueles corredores sem
serem tratados e desesperando à espera dos seus cuidados de saúde, quiçá o Sr. Secretário de Estado teria,
porventura, uma outra palavra a dizer! Mas não são indicadores, são pessoas e, por isso, pode maltratá-las.
Se fossem indicadores que o Sr. Secretário de Estado tratasse daquela forma, logo o Sr. Ministro se
insurgiria dizendo que era inaceitável e intolerante insultar de tal forma os indicadores! Como eram pessoas,
pôde um Secretário de Estado insultar impunemente todo um País que sabe bem como a realidade desmente
os indicadores do Governo!
Só porque o Governo conhece apenas os indicadores é que pudemos assistir novamente àquilo que
aconteceu hoje: o Sr. Secretário de Estado veio dizer que reforça o Serviço Nacional de Saúde e, ao mesmo
tempo, ontem, na Comissão de Saúde, dizia o responsável pelo Plano Nacional de Saúde Mental que aquilo
que diz o Sr. Secretário de Estado é completamente falso. Vai apenas e só reforçar as misericórdias, porque
aquilo que já estava previsto no plano anterior, os tais cuidados continuados integrados, fica pela metade,