29 DE MAIO DE 2015
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segurança e garantias ligadas à perspetiva de alguma estabilidade no local de trabalho; segurança e garantias
ligadas a uma remuneração minimamente condigna e perspetiva de melhoria da mesma.
Analisando, pois, estes três conceitos em que a precariedade laboral se desdobra, diríamos o seguinte:
quanto ao primeiro, tem ou não Portugal uma legislação laboral, protetora dos direitos dos trabalhadores, das
condições de segurança e saúde no local de trabalho, em linha de conta com a dos países mais avançados,
com a legislação europeia e com a generalidade das recomendações da OIT (Organização Internacional do
Trabalho)? Tem ou não Portugal, mecanismos e entidades fiscalizadoras do cumprimento das leis laborais por
parte dos empregadores? Tem. E tem a ACT. E os números quanto à sua intervenção no terreno são claros:
tem, ao nível de efetivos, inspetores no terreno, um total de 362, cumprindo, no geral, os rácios recomendados
pela OIT de um inspetor por cada 10 000 trabalhadores.
Dizer-se que são ou serão brevemente necessários mais inspetores é positivo, pois tal como as estatísticas
comprovam e o Governo tem afirmado, desde o segundo trimestre de 2013 está a diminuir significativamente o
desemprego e a aumentar, consequentemente, o número de trabalhadores com emprego, havendo
necessidade, por via disso e pelas melhores razões, de ajustar o número de inspetores.
São, pois, boas notícias.
Quanto ao segundo conceito, o da segurança e garantias ligadas à perspetiva de alguma estabilidade no
local de trabalho, também aqui as notícias são positivas.
Com efeito, os números e as estatísticas oficiais apontam para uma diminuição continuada e sustentada da
prática da contratação a termo, da prática do recibo verde. E, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, o senhor é
muito bem-falante, mas não diz fundadamente aquilo que devia dizer: é porque o campeão dos recibos verdes
e da precariedade foi o Governo socialista, foi o Partido Socialista. Foi com ele que esta modalidade de
contrato precário medrou, não foi com este Governo!
O que os números mostram agora é que tem diminuído esse tipo de prática, o da contratação a termo, e
tem aumentado e tem-se sustentado o número de contratos sem termo. Apontam também os números para o
aumento dos contratos a tempo inteiro e para a diminuição do número de contratos a tempo parcial.
Ou seja, a atuação do Governo e desta maioria parlamentar, nomeadamente ao nível das alterações à
legislação laboral e aos incentivos à criação de emprego, contribuiu e foi decisiva para a diminuição da
precaridade laboral. Não só está a criar-se mais emprego, como está a criar-se melhor emprego.
Finalmente, vamos falar do último conceito, o da segurança ligada à remuneração e perspetiva de melhoria
da mesma. Aqui, basta recordar que foi este Governo, sempre em coordenação e em sintonia com os
parceiros sociais e com os grupos parlamentares do CDS-PP e do PSD, que descongelou o salário mínimo,
congelado pelos Governos socialistas em violação do que o PS prometeu nos acordos celebrados com os
parceiros sociais.
Foi este Governo que, ao contrário do que a oposição faz passar para a opinião pública, criou e relançou
medidas ativas de emprego, relançou, modernizou e adequou às necessidades de mercado o programa de
estágios profissionais, daí resultando aempregabilidade posterior para cerca de 70% desses estagiários e
com uma média de remuneração de cerca de 620 €, 20% acima do salário mínimo nacional, nivelando, pois,
por cima e puxando para cima os valores de remuneração de quem entra pela primeira vez no mercado de
trabalho, enquanto no tempo do Partido Socialista — e qualquer pessoa de boa-fé ou que por isso tenha
passado em tempos poderá confirmar — eram nivelados como base pelo salário mínimo nacional.
Em conclusão, assumindo, como assumimos, que o Bloco de Esquerda marcou este debate para, de forma
séria, discutir o tema da precariedade laboral em Portugal, hoje, face ao que era antes de este Governo tomar
posse, só podemos agradecer, pois deu oportunidade para esclarecer aqui o que quer dizer precariedade
laboral, como é que a mesma deve ser analisada, em que é que se traduz, e explicar de forma séria qual tem
sido a evolução, com este Governo, nos diversos aspetos que a mesma reflete.
E a evolução tem sido positiva, se tomarmos em conta que, em 2011, pegámos num País falido, com
crescimento acelerado do desemprego, com falências de milhares de empresas. Hoje, é claro e notório que
esse ciclo se inverteu, fruto da atuação deste Governo e, na área laboral e social, do esforço e dedicação
deste Ministro e da sua equipa, estando o desemprego a diminuir, o emprego a aumentar, a segurança
contratual e laboral a substituir gradualmente a insegurança e o valor médio das remunerações mais baixas a
subir.