I SÉRIE — NÚMERO 93
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O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, é para informar o Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim que as
últimas três nomeações do Governador do Banco de Portugal foram todas feitas no primeiro ano de mandato
do Governo e não foram contestadas por ninguém, ao contrário do que agora está a acontecer.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso não é defesa da hora!
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — O Sr. Deputado Carlos Abreu Amorim pediu a palavra para que
efeito?
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr. Presidente, é para responder a esta defesa da honra, em que,
de alguma forma, fui atingido e foi invocado o meu nome.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Uma defesa da honra sem justificação e uma resposta sem justificação
também!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Apenas para dizer, muito brevemente, ao Sr. Deputado João
Galamba que a sua defesa da honra foi totalmente deslocada e inútil. Eu não falei em anos de mandato.
Aquilo que disse, e mantenho, é que o Partido Socialista critica, hoje, o Governo dizendo que ele não se
entendeu com o Partido Socialista acerca desta nomeação e, nas últimas três nomeações, que foram feitas
pelo Partido Socialista, o PS fez exatamente o mesmo.
O Sr. João Galamba (PS): — Sem contestação de ninguém!
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Não se deve exigir aos outros aquilo que os próprios não
desempenharam, quando tinham competência para o fazer.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Vera
Rodrigues.
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Deputados: Também eu não queria
perder a oportunidade de fazer referência aos dados que o INE acaba de nos dar a conhecer.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Logo dados do INE!
A Sr.ª Vera Rodrigues (CDS-PP): — De facto, é mais um dia em que a realidade teima em não dar razão à
oposição, é mais um dia em que há boas notícias para os portugueses e há más notícias para a oposição,
nomeadamente, para o Partido Socialista.
Sr.ª Ministra, quando fazemos um debate sobre matérias desta natureza implica que tenhamos alguma
serenidade. Falamos de propostas que se relacionam com a estabilidade do sistema financeiro e do sistema
bancário, em que essa mesma estabilidade é crucial para a garantia do funcionamento de uma economia
como a nossa.
Mas gostaria de dizer aos Srs. Deputados do Partido Comunista Português que não é a titularidade nem o
facto de o capital ser público ou privado que origina e que distingue os critérios de ética e os critérios de
legalidade com que se comportam os responsáveis que atuam num ou noutro setor. Isso não é critério de
decisão em circunstância alguma.
A Sr.ª Teresa Anjinho (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Nota-se!