15 DE JUNHO DE 2015
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contratados que ficaram fora do sistrema. Isto traduziu-se necessariamente em maiores dificuldades de
funcionamento da escola pública.
A Sr.ª Presidente: — Sr.ª Deputada, interrompo-a para dizer que há muito barulho na Sala. É difícil ouvir a
Sr.ª Deputada Rita Rato.
Pausa.
Faça favor de continuar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Obrigada, Sr.ª Presidente.
Gostaria de dizer que, perante esta situação, o PCP traz hoje à discussão propostas no sentido da
importância de assumir o investimento na escola pública como uma prioridade nacional, cumprindo o que está
previsto na Constituição e na Lei de Bases do Sistema Educativo.
Trazemos propostas porque entendemos que o momento é de cada um dizer ao que vem e, da parte do
PCP, o compromisso que assumimos é o de garantir as condições de funcionamento adequadas à escola
pública, gratuita, de qualidade e para todos, a reposição do passe escolar, o reforço da ação social escolar, a
diminuição do número de alunos por turna, a necessidade da conclusão das obras que foram suspensas pela
Parque Escolar, a garantia do número de professores e funcionários que respondem às necessidades
permanentes das escolas e a garantia da gratuitidade dos manuais escolares.
Da parte do PCP, assumimos, de forma clara, aquilo que entendemos serem condições fundamentais para
o funcionamento da escola pública. Esperemos que os partidos hoje, aqui, assumam também a sua perspetiva
e digam se acompanham ou não o PCP neste caminho.
Aplausos do PCP.
Entretanto, reassumiu a presidência a Vice-Presidente Teresa Caeiro.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, pelo PS, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra Pontedeira.
A Sr.ª Sandra Pontedeira (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Cumprimento, em nome do
Partido Socialista, o Movimento Estudantil Basta, na rua pela Escola Pública e todas e todos os mais de 7000
peticionários, subscritores da petição em apreço, a qual nos permite, uma vez mais, na Assembleia da
República, discutir o estado e a defesa da escola pública.
É de todo oportuna e relevante a matéria inscrita na presente petição. Nunca é demais lembrar como hoje,
lamentavelmente, se encontra a escola pública em Portugal, após duros golpes para a desqualificar e
menorizar, aumentando também as desigualdades de oportunidades no acesso à educação.
As políticas dos cortes orçamentais na educação — só no último Orçamento do Estado foram 700 milhões
de euros —, as trapalhadas na colocação de professores, a falta de pessoal não docente por todas as escolas
e o recurso constante a contratos emprego-inserção, a falta de docentes e não docentes no ensino especial, o
corte nos subsídios para a educação especial, a não realização de obras nas escolas, a famigerada PAC
(Prova de Avaliação de Competências), os atrasos no financiamento, entre outras, são as maldades com que
este Governo brindou nos últimos quatro anos a escola pública. A última das maldades foi o fim aos
programas de acessos dos alunos a computadores e banda larga, o Programa e.escola, um marco
fundamental no combate às desigualdades.
As consequências foram sendo sentidas, e como foram sendo sentidas! As taxas de retenção e desistência
duplicaram desde 2011; mais de 8000 alunos abandonaram o ensino superior; a formação de adultos é uma
gota de água no deserto; as escolas profissionais, as escolas artísticas e outras foram estranguladas
financeiramente; houve um aumento da insegurança nas escolas; pais, professores, alunos, toda a
comunidade educativa são unânimes na crítica às políticas seguidas em matéria de educação; houve um
desrespeito pelo sistema educativo, aliado à incompetência de natureza política e técnica. Trata-se de
consequências nefastas que levam, entre outras coisas, à presente petição.