20 DE JUNHO DE 2015
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Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Srs. Deputados, ignorar estes resultados e estas medidas da política de
saúde é, de facto, agir politicamente contra a realidade. Isso não dá crédito à proposta do Partido Socialista e,
infelizmente, os senhores continuam sem perceber isso.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, também foi um dado assinalável deste debate não se ter desenvolvido
a questão do emprego, não se ter assinalado que, no primeiro trimestre de 2015, tivemos um aumento do
emprego de 0,7% em cadeia e de 1,4% em termos homólogos, e que isso tem correspondência na atividade
económica do País. Também aqui ninguém falou que, no primeiro trimestre de 2015, tivemos um crescimento
homólogo de 1,5% e, em cadeia, de 0,4%, nem de que as exportações subiram, no primeiro trimestre, 8,2%, e,
no mês de abril, 9,7%, tudo atestando, Sr. Primeiro-Ministro, que, para além das políticas sociais, para além do
enquadramento da política financeira, a economia está a responder e está a criar oportunidades de emprego.
Uma última palavra, Sr. Presidente, se me permite, apenas para dizer o seguinte: como foi aqui referido,
este é o 56.º debate quinzenal desta Legislatura e é também o último desta Legislatura. Queria, por isso,
cumprimentar todos os Deputados que intervieram nestes debates quinzenais. Eu intervim em todos, portanto,
queria, com respeito democrático, cumprimentar todos aqueles que intervieram e participaram nestes debates,
mas queria, de uma forma muito particular, cumprimentar o Sr. Primeiro-Ministro. É que pode gostar-se mais
ou menos das respostas que dá, pode estar-se mais ou menos de acordo com as opiniões políticas que emite,
mas há uma coisa que é indiscutível: estes debates, de facto, foram esclarecedores.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — As questões que foram colocadas obtiveram os esclarecimentos e as
respostas por parte do Sr. Primeiro-Ministro.
Acabou-se com uma técnica anterior, em que estes debates eram muito folclore político, era muita
propaganda, e passou a haver, de facto, um debate democrático e a Assembleia da República passou a
cumprir o seu papel de escrutínio à atividade do Governo.
Risos do Deputado do PS Ferro Rodrigues.
E eu cumprimento o Sr. Primeiro-Ministro por ter trazido esta forma de tratar a Assembleia da República!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, muito obrigado pelas suas palavras. Devolvo a
todos os Srs. Deputados a mesma consideração, dizendo que, sendo o Parlamento a casa da democracia, é
essencial que nele possamos travar com mais ou menos calor os debates que são indispensáveis para que os
portugueses saibam onde estão as alternativas e o que fundamenta as nossas escolhas.
No caso da saúde, Sr. Deputado, as nossas escolhas estão hoje muito bem fundamentadas. Conseguimos
reduzir significativamente, como disse, a dívida do setor da saúde. De facto, essa dívida foi hoje reduzida em
2300 milhões de euros, e isso foi conseguido através do pagamento direto de dívidas de passivos que
estavam constituídos e foi feito também através de processos de recapitalização ou, melhor, de capitalização
das unidades hospitalares. E nós conseguimos, portanto, interromper um ciclo em que fornecedores
importantes ameaçavam — alguns chegaram a fazê-lo — suspender fornecimentos ao Serviço Nacional de
Saúde em razão de o Estado não lhes pagar o que lhes devia.
Vozes do PSD: — Claro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E hoje, felizmente, essa situação não ocorre. Temos, portanto, um setor da
saúde que está financeiramente saneado e estamos, ainda, a lutar para podermos cumprir — ainda não o