I SÉRIE — NÚMERO 108
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Protestos do PS.
E fizemos tudo isto sozinhos! Tudo isto foi feito pelo Governo e pelos partidos da maioria, bem
acompanhados pelos portugueses, pela sua resiliência e pela sua firmeza,…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
… porque, nestes quatro anos, aquilo que os partidos da oposição fizeram, designadamente o Partido
Socialista, estes Srs. Deputados que se sentam aqui e que estiveram no Governo, foi «sacudir a água do
capote»!
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Os portugueses só contaram com eles para enterrar o País, que foi a
herança que deixaram!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, no debate do estado da Nação, cabe referir o estado
da saúde em Portugal e é essa referência que lhe peço.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para formular as suas perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, ninguém acredita no que o Sr.
Primeiro-Ministro acaba de dizer, porque, durante quatro anos, não fez outra coisa senão enganar os
portugueses.
Há quatro anos, aquando das eleições legislativas, o então candidato a Deputado, Passos Coelho, dizia:
«Não contarão com o PSD para um novo ataque à classe média, em nome dos problemas externos». O Sr.
Primeiro-Ministro diz agora que quer proteger os portugueses, sabendo muito bem que, por culpa e opção
deste seu Governo, os trabalhadores, quer da Administração Pública, quer do setor privado, são explorados,
trabalham mais e ganham menos, por via dos cortes nos direitos e salários, por via do aumento e
desregulação do horário de trabalho, por via da eliminação dos feriados, por via da redução do valor pago por
trabalho extraordinário. E os trabalhadores estão cada vez mais precários, porque o Governo facilitou e tornou
mais baratos os despedimentos.
Dizia o candidato Passos Coelho, na altura da campanha eleitoral: «Do que o País precisa para superar
esta situação de dificuldade não é de mais austeridade».
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Diz o Sr. Primeiro-Ministro hoje, e de uma forma inaceitável, que existem
no País «bolsas de pobreza», que quer uma guerra sem quartel contra as injustiças, quando foi o Governo o
responsável pelo pior agravamento da pobreza desde o fascismo, atingindo 2,7 milhões de portugueses,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!