I SÉRIE — NÚMERO 1
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O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs.
Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 4 minutos.
Peço às autoridades para abrirem as galerias.
Vamos dar início à nossa reunião plenária que tem como único ponto da ordem do dia o debate quinzenal
com o Primeiro-Ministro, ao abrigo da alínea a) do n.º 2 do artigo 224.º do Regimento da Assembleia da
República, sobre linhas orientadoras das Grandes Opções do Plano para 2017.
Para iniciar o debate, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro (António Costa): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: No dia em que
retomamos os debates quinzenais, queria começar por desejar às Sr.as e aos Srs. Deputados bom trabalho nesta
nova Sessão Legislativa.
O caminho que temos vindo a seguir desde a tomada de posse deste Governo é um caminho claro e, como
dissemos, de alternativa aos tempos anteriores.
Ora, uma alternativa implica escolhas, e foi com base nessas escolhas que construímos o Programa do
Governo, que construímos o Orçamento do Estado para 2016, que construímos o Programa Nacional de
Reformas e que construímos a proposta das Grandes Opções do Plano para 2017, que hoje enviámos ao
Conselho de Concertação Social para apreciação.
Escolhemos construir um País com maior igualdade para interromper a catástrofe social dos últimos anos
cuja dimensão se começa agora a conhecer com maior rigor e indiscutível solidez.
Escolhemos repor os rendimentos das famílias, pondo fim à sobretaxa sobre o IRS (imposto sobre o
rendimento das pessoas singulares) para a quase totalidade dos cidadãos, eliminando a contribuição
extraordinária de solidariedade, repondo os salários dos funcionários públicos, reduzindo a taxa máxima do IMI
(imposto municipal sobre imóveis), reintroduzindo a cláusula de salvaguarda contra os aumentos do IMI e
iniciando um aumento progressivo do salário mínimo nacional.
Aplausos do PS.
Escolhemos retomar as políticas de coesão social, restabelecendo as condições e os valores do rendimento
social de inserção e do complemento solidário para idosos, aumentando os três primeiros escalões do abono de
família e alargando o leque de beneficiários da tarifa social de energia.
Escolhemos também criar melhores condições para o investimento: acelerámos a execução dos fundos
comunitários, paralisados por dois anos de incompetência, tanto para as empresas como para as autarquias
locais; recuperámos o Simplex para reduzir os custos de contexto; criámos o Programa Capitalizar, para que as
nossas empresas disponham de mais capital e de melhores condições de financiamento; lançámos o Startup
Portugal para apoiar o investimento e o empreendedorismo.
Este ano foi também marcado pela devolução do País à normalidade do seu quotidiano, começando desde
logo pelo que é básico: o respeito pela Constituição.
Recuperámos o funcionamento normal das instituições, o respeito pelas autarquias locais, valorizámos a
autonomia das regiões autónomas e a saudável cooperação entre os diferentes órgãos de soberania.
Deixámos de viver em sobressalto e retomámos a normalidade do nosso quotidiano, como bem revelou um
início de ano letivo sem registo de professores por colocar ou turmas por completar. Um regresso às aulas que
quase fez esquecer o diabo que normalmente tomava conta das escolas nos últimos anos.
Aplausos do PS.
Ao contrário do que alguns vaticinavam, este caminho que escolhemos percorrer não era impossível; pelo
contrário, tem sido possível.
A população empregada aumentou e o desemprego diminuiu, atingindo níveis que já não conhecíamos há
vários anos.