7 DE OUTUBRO DE 2016
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Sr.as e Srs. Deputados: O CDS apresenta aqui as suas ideias, mas não se trata, nem se poderia tratar, com
toda a seriedade, de uma proposta fechada; trata-se de um ponto de partida.
Não nos move a esgrima política. O que nos move é o desencadear de um processo que deve resultar num
documento consensual, numa visão para a educação, para uma evolução consistente e tranquila do modelo que
hoje temos para um modelo que todos consideremos ser melhor para o País.
Hoje, esperamos que esta proposta seja viabilizada e levada à Comissão para que, democraticamente, sejam
recebidos todos os contributos e ponderadas todas as soluções que possam sustentar os próximos 30 anos de
um sistema do qual todos nos queremos orgulhar.
Esta é a nossa proposta, sem ataques, sem processos de intenção, sem passar culpas.
Esta, Sr.as e Srs. Deputados, é a nossa responsabilidade, a de preparar o futuro.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Inscreveram-se cinco Srs. Deputados para pedir esclarecimentos. A
Mesa está informada de que a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa deseja responder um a um.
Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Susana Amador.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, mais uma vez, saúdo-a,
assim como ao CDS, por trazer o tema da educação a esta Câmara. Vou colocar-lhe duas perguntas, sendo a
primeira a seguinte: o que é indispensável e urgente mudar, hoje, no sistema educativo que não possa ser feito
sem as alterações legislativas hoje propostas pelo CDS a esta Lei de Bases?
A segunda pergunta é esta: quais os estudos, qual a reflexão alargada em que se alicerça esta Lei de Bases?
Não deveria esta discussão ser efetuada da base para o topo e não o inverso? Não deverá o conhecimento e a
auscultação preceder a ação política?
O que é que vos move? Acima de tudo, espero que aquilo que vos possa mover seja a valorização da escola
pública e a construção de uma escola para o século XXI. O PS sempre fez a defesa dessa escola, e continuará
a fazer, tendo em conta que a última alteração à Lei de Bases, em 2009, que visava o alargamento para 12 anos
da escolaridade obrigatória bem como a universalização do pré-escolar, foi aprovada com um largo consenso
nesta Câmara.
Convocam-nos para o consenso e para a estabilidade. Mas esse consenso e essa estabilidade devem, a
nosso ver, ser precedidos de um tempo de auscultação, de um tempo de conhecimento. Celebram-se agora os
30 anos da Lei de Bases, em que também está envolvido o Conselho Nacional de Educação, cujos estudos e
análises também gostaríamos de conhecer. Não conhecemos porque estas comemorações ainda não chegaram
ao fim. Daí que pergunte se, neste processo todo, não haverá alguma precipitação.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Susana Amador, em relação às suas
perguntas, registo, antes de mais, que o PS aceita a premissa de que é preciso rever a Lei de Bases, que, de
facto, há um trabalho a fazer nessa matéria.
De resto, na semana passada, quando introduzimos este tema na declaração política, o Sr. Deputado Porfírio
Silva até me acusou de alguma irresponsabilidade, perguntando se eu teria consciência da quantidade de
debates, colóquios, artigos e discussões, do Conselho Nacional de Educação, do Sr. Presidente da República,
enfim, de tudo o que era necessário fazer e ouvir para formar opiniões.
O Sr. Deputado disse até que eu estaria a desrespeitar a educação, em Portugal, na medida em que
apresentava no Parlamento — veja-se o sítio estranho que o CDS escolheu para desencadear um processo
legislativo, o Parlamento!… — uma proposta para ser votada hoje.
O Sr. NunoMagalhães (CDS-PP): — Passa-nos cada coisa pela cabeça!…