I SÉRIE — NÚMERO 13
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instituições a nível mundial, desde logo com a comunidade científica nacional, para que aí possa existir uma
plataforma de investigação científica.
Temos trabalhado muito intensamente, como tive oportunidade de dizer, com o Secretário da Energia do
Governo Obama, que é, aliás, originário dos Açores, o Sr. Ernest Moniz, tendo em vista essa parceria.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem de concluir.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, da mesma forma que estamos abertos a trabalhar com americanos,
ingleses, franceses, alemães, também estamos abertos a trabalhar com chineses, porque, como eu disse nessa
citação,…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … a nossa relação com os investidores chineses não pode ser só «venham cá
adquirir ativos que já existem» sem acrescentar nada ou, simplesmente, escoar património imobiliário que está
nos ativos dos bancos, à espera de ser escoado.
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem mesmo de terminar.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Há um novo patamar de relacionamento com a China que temos de construir e
que é útil, reciprocamente, construir. Esta é a semente que foi deitada à terra, e cá estaremos nos próximos
anos para a poder colher.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para fazer perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, realizámos no Porto, esta semana,
as nossas Jornadas Parlamentares, que deram uma particular atenção aos problemas da produção, do emprego
e dos direitos, problemas que estão no centro das preocupações dos portugueses.
Estamos também em vésperas de iniciar um processo de discussão do Orçamento do Estado para 2017.
Sendo certo que o Orçamento do Estado determina, em grande medida, a evolução da situação económica e
social do País, a verdade é que os problemas económicos e sociais nacionais exigem respostas mais amplas.
Nas nossas Jornadas Parlamentares, nos contactos que permitiram — tal como no resto do País por onde
temos andado —, continuamos a encontrar expectativas em relação a estas respostas que não podem ser
ignoradas, desde logo a que muito justamente está criada, que é a de corresponder a novos avanços na
reposição e devolução de rendimentos e direitos laborais e sociais retirados nos últimos anos.
À necessidade de repor direitos e rendimentos dos trabalhadores da Administração Pública, que foram
cortados e retirados nos últimos anos, há também a necessidade de dar resposta a problemas dos trabalhadores
do setor privado, de valorizar a contratação coletiva e os direitos nela consagrados, de valorizar salários e de
combater a precariedade. A resposta a estes problemas tem de ser encontrada no Orçamento, mas vai além do
Orçamento, exige outras medidas e opções.
O mesmo se passa em relação à preocupação dos reformados e pensionistas — em particular, a satisfação
de justas expectativas da parte de centenas de milhares de reformados — em verem devidamente valorizadas
e recuperadas as suas pensões.
É verdade que, hoje, o apoio a propostas de aumento de pensões é mais alargado. No Orçamento do Estado
para 2016, batemo-nos sozinhos pelo aumento real das pensões, com a proposta de aumento de 10 €. Quando
muitos se contentaram com os aumentos diminutos que resultaram da atualização automática e falavam em
aumentar apenas as pensões mínimas, o PCP sublinhou que isso não era suficiente e continuou a bater-se por
valorizar as carreiras contributivas, porque só assim era possível, considerando que quem trabalhou, por vezes
uma vida inteira, tem o direito a ter uma pensão aumentada e valorizada.