15 DE OUTUBRO DE 2016
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Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço desculpa por interrompê-lo, mas há muitos Deputados do CDS-PP
a conversar de pé. Peço que criem condições para que o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa se faça ouvir.
Protestos da Deputada do CDS-PP Assunção Cristas.
Há muitos Srs. Deputados a conversarem de pé nas últimas bancadas e que os Srs. Deputados sentados na
primeira fila não conseguem ver — não têm um «olhómetro» —, o que prejudica a atenção devida ao Sr.
Deputado Jerónimo de Sousa.
Faça o favor de continuar, Sr. Deputado.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não tem mal, Sr. Presidente. Eu não estava a falar para o PSD e para
o CDS, estava a falar para o Governo, obviamente.
Risos e aplausos do PCP.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ainda bem que avisa!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — A nossa persistência deu frutos e é hoje mais alargada.
A discussão, hoje, já não é no sentido de saber se é ou não possível o aumento mas, sim, de quanto será o
aumento e em que condições será feito. Valeu a pena insistir, valeu a pena dialogar.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — O mesmo se pode dizer em relação às medidas que são necessárias
adotar para apoiar os nossos setores produtivos e a nossa produção nacional, que são elementos estruturantes
para sairmos da situação económica em que estamos, para criar emprego, para desenvolver o País. Um País
que não produz, que não cresce, que não se desenvolve não tem futuro.
Só é possível aumentar sustentadamente a produção nacional defendendo, modernizando e desenvolvendo
o aparelho produtivo do País, tendo em conta, particularmente, o que também já existe nas pescas, na indústria,
na agricultura, mas sempre com a visão — que, aliás, o Sr. Primeiro-Ministro aqui referiu — da dinâmica de
modernização e de investimento, porque é importante que particularmente o investimento público arraste
também o privado.
É também importante acolher o investimento estrangeiro, quando este se traduz em produção, emprego,
qualificação e transferência de tecnologia, mas o que se exige, desde já, decididamente, é apoiar as pequenas
e médias empresas com medidas muito concretas, dirigidas à melhoria do seu desempenho.
É a estas questões e considerações que gostaríamos de começar por obter respostas do Governo.
Aplausos do PCPe de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, tem razão, temos de ter,
simultaneamente, a capacidade de ir respondendo às expectativas e às necessidades efetivas da nossa
população no sentido de ver recuperado rendimento perdido. Foram anos muito duros e há muito para recuperar.
Essa é, hoje, uma tarefa difícil, tal a dimensão do fosso que se foi abrindo. Mas temos vindo a fazer um
percurso no âmbito do salário mínimo, dos vencimentos da função pública, dos vencimentos no setor privado,
dos rendimentos dos pensionistas. É um caminho que foi iniciado, que não pode ser interrompido e que, pelo
contrário, tem de ser continuado.
Por isso, é absolutamente crucial desbloquear a contratação coletiva. Obviamente, é necessário, ao nível de
cada um dos setores de atividade, onde há melhores condições, medir bem a capacidade que há de poder