21 DE OUTUBRO DE 2016
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O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, não haver leitura do voto funciona para todos aqueles que já o leram.
Acho melhor que o voto seja lido, que se façam as intervenções e depois a votação. É assim a ordem dos
fatores.
Entretanto, a Mesa foi informada que os proponentes prescindem da leitura do voto. Assim sendo, podemos
passar às intervenções, dando, desde já, a palavra ao Sr. Deputado Paulo Neves.
O Sr. Paulo Neves (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Partido Social Democrata faz questão
de apresentar este voto sobre a atual situação na Síria em geral e em Aleppo em particular.
Não podemos deixar de denunciar aquilo que se passa, neste momento, na Síria. A situação é absolutamente
inaceitável, é uma situação deplorável e verdadeiramente condenável.
Aquilo a que nós, comunidade internacional, assistimos relativamente ao que se passa na Síria é amoral.
Basta ver os números que falam por si: já morreram quase 400 000 sírios nesta guerra e existem mais de 6
milhões de refugiados.
A dificuldade que organizações internacionais de auxílio à população civil têm sentido em chegar ao terreno
é absolutamente inaceitável. A comunidade internacional não pode aceitar este sentimento de total impunidade
que se vive na Síria. Isto não é aceitável!
Por isso, o PSD, de uma forma muito clara com a apresentação deste voto, defende um cessar-fogo imediato
na Síria, um acordo de paz sólido, com mediação internacional, ajuda imediata a toda a população síria e, por
fim, mas não menos importante, que se responsabilizem, claramente, todos aqueles que são os responsáveis
por esta situação intolerável, deplorável e inaceitável.
É este o objetivo deste voto, Sr. Presidente.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Expressamos a nossa mais firme
condenação da agressão contra a Síria, a solidariedade para com o povo sírio e a sua resistência e luta em
defesa da paz, em defesa dos seus mais fundamentais direitos, em defesa da sua pátria, em defesa do seu
país.
A paz na Síria exige o fim do apoio aos grupos de mercenários e à sua ação de terror contra o povo sírio,
exige o fim da agressão externa, exige o respeito pelos direitos do povo sírio, exige o respeito pela soberania,
pela independência e pela integridade territorial da República Árabe Síria, exige o respeito pelos princípios da
Carta das Nações Unidas e da legalidade internacional.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Há mais de seis anos que a República Árabe Síria e o seu povo são vítimas de
uma sistemática ação de ingerência, de uma cruel guerra de agressão imposta e promovida pelos Estados
Unidos, a França, o Reino Unido, Israel, a Turquia, a Arábia Saudita e o Catar, entre outros, …
Protestos dos Deputados do PSD Duarte Filipe Marques e António Leitão Amaro.
… e os grupos de mercenários que a criaram, financiam e armam e que são responsáveis pela brutal violação
dos direitos do povo sírio, dos direitos humanos, pelos mais hediondos crimes, por milhões de deslocados e
refugiados e pela destruição desse país.
Temos presente que, no mesmo sentido deste voto, outros foram apresentados ao longo do tempo,
incentivadores e coniventes com a guerra de agressão ao Iraque, de que ainda recordamos a Cimeira das Lajes,
em 2003, ou com a guerra de agressão à Líbia, com o seu incomensurável rol de morte, de sofrimento e de
destruição que conhecemos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!