I SÉRIE — NÚMERO 16
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que investigam e produzem conhecimento nestas áreas, como por exemplo a Universidade de Trás-os-Montes
e Alto Douro?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.
O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Francisco Rocha, muito obrigado pela questão
que coloca. No PCP, consideramos que há instrumentos necessários, suficientes para que a criação de um
cadastro possa avançar. Há, desde 2007, instrumentos legislativos que permitiram suportar as experiências-
piloto que então avançaram.
Entendemos que é fundamental avançar, é preciso é decisão política.
Devido aos custos envolvidos na realização do cadastro, percebemos que este não pode ser feito de hoje
para amanhã, mas, também por essa razão, é preciso começar já. E para começar já, pode, certamente, e deve
ser desenvolvido um conjunto de parcerias necessárias para a realização deste cadastro. Mas, atenção, estas
parcerias nunca poderão significar o afastamento da responsabilidade do Estado nesta matéria, porque a maior
responsabilidade é a do Estado, e é isso que tem de ser feito.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Domingos Pereira, do Grupo
Parlamentar do PS.
O Sr. Domingos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos a discutir, para posterior
votação, o projeto de lei n.º 300/XIII (2.ª), que pretende criar o SNIC, apresentado conjuntamente pelos Grupos
Parlamentares do PSD e do CDS-PP.
Naturalmente que não está em causa a pertinência da matéria em questão, mas sim o conteúdo do projeto
de lei e a oportunidade da sua apresentação pelos Grupos Parlamentares do PSD e do CDS-PP.
Porquê? Desde logo, porque será importante saber qual a razão de o projeto de lei apresentado pelos dois
grupos parlamentares só agora ser discutido nesta Câmara, quando já não existe qualquer vínculo político que
dê sustentabilidade a uma coligação política, formal ou informal, que justifique tal situação.
Eventualmente, esta apresentação conjunta estará associada a uma pretensão política do anterior Governo
de coligação, PSD/CDS-PP, consubstanciada na apresentação, em outubro de 2013, do Orçamento do Estado
para 2014, onde se inseria uma nota explicativa do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia,
da qual constava, na página 11, a pretensão de criar o novo modelo de cadastro predial, assente em quatro
premissas.
A primeira é a da implementação de um novo modelo de cadastro, que irá promover uma atualização mais
célere e alargada a todo o País do Sistema Nacional de Informação Cadastral e potenciar a criação de emprego.
A segunda premissa é a da execução do SNIC.
A terceira é a da implementação do número de identificação predial de três níveis — geometria, matriz e
registo predial.
A quarta premissa é a do alargamento da execução do cadastro predial a pessoas singulares devidamente
qualificadas.
Sr.as e Srs. Deputados, o XIX Governo Constitucional, de coligação PSD/CDS-PP, teve, desde a aprovação
do Orçamento do Estado para 2014, dois anos para implementar tais medidas, mas nada fez quanto a este
suposto SNIC.
Será que a apresentação conjunta do presente projeto de lei se deve ao facto de ter transitado de um qualquer
gabinete ministerial do anterior Governo? É uma hipótese. Mas, se assim for, por que é que, só agora, passado
cerca de um ano da tomada de posse do atual Governo e passados três anos das intenções do PSD e do CDS-
PP de aprovarem uma lei relativamente a esta matéria, é que o projeto de lei é apresentado nesta Câmara?