I SÉRIE — NÚMERO 17
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petróleo no Algarve (PS) e 530/XIII (2.ª) — Recomenda ao Governo um conjunto de ações em torno da
requalificação e valorização da ria Formosa (PS).
É tudo, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Obrigado, Sr. Secretário.
Vamos passar ao primeiro ponto da ordem do dia, que consiste no debate de atualidade, requerido pelo PSD,
ao abrigo do artigo 72.º do Regimento da Assembleia da República, sobre o tema: «A realidade a impor-se: as
implicações das cativações orçamentais nos serviços públicos».
Para abrir o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Luís Albuquerque, do PSD.
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos
Parlamentares, Sr.as e Srs. Deputados: O debate de hoje, promovido pelo PSD, não podia ser mais oportuno e
importante. Assistimos todos os dias à forma como a meta do défice, que passou a ser o objetivo primeiro e
último desta maioria, degrada a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos.
Apesar do silêncio cúmplice da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), comprado com
reversões de contratos celebrados pelo Estado português e com a distribuição de benesses — pequenas, é
certo! — pelas suas clientelas, os casos são tantos, tão graves e tão frequentes que não podem deixar de ser
noticiados.
A falta de médicos e de enfermeiros provoca o caos nas urgências — e ainda sem os surtos de gripe que
aparecem a cada inverno. As esperas para cirurgias, até para as urgentes, são muito superiores ao
recomendado, com sofrimento desnecessário para doentes e familiares. As ordens profissionais do setor da
saúde juntaram-se, numa iniciativa inédita, pedindo um programa de emergência.
Na educação, há escolas que fecham por falta de funcionários que deixaram de assegurar o prolongamento
tão necessário a muitos pais. Há ginásios e bibliotecas encerrados, escolas que mendigam verbas para pagar
contas de água e luz e que tentam negociar pagamentos a prestações junto dos fornecedores. Não há dinheiro
para comprar os equipamentos mais básicos. Da FENPROF (Federação Nacional de Professores) quase não
há notícias, apenas aparições esporádicas para fingir que se preocupam com a escola pública.
Os transportes públicos estão à beira do caos, causando sérios problemas às populações e dando uma
péssima imagem do País aos turistas. Confrontado com a falta de bilhetes no metro de Lisboa, o Ministro do
Ambiente queixa-se de ter tido azar.
A Infraestruturas de Portugal afirma que as cativações extraordinárias que lhe foram impostas condicionam
fortemente a sua atividade, denunciando a impossibilidade de cumprir contratos, até na conservação obrigatória
de estradas e ferrovia.
Com a segurança de todos assim em risco, será que vamos ouvir outro ministro dizer que teve azar se
acontecer um acidente?
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — O Governo garante repetidamente que não há cativações na
educação e na saúde. Como explica então o Governo a sucessão de problemas nestas duas áreas? Se não é
a falta de dinheiro que justifica os problemas, é o quê? Mais uma sucessão de azares?
Srs. Deputados, a realidade impõe-se para lá da retórica e das desculpas da maioria de esquerda, para lá
dos silêncios cúmplices dos partidos que nos últimos anos promoviam manifestações, greves e protestos por
coisas bem menos graves, sempre com a acusação de que a direita quer acabar com o Serviço Nacional de
Saúde, com a escola pública, com os transportes públicos.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Agora que realmente está em causa o Serviço Nacional de Saúde
— e são as ordens profissionais que o dizem —, que a escola pública e a qualidade dos serviços públicos em
geral se degrada, onde estão as vossas convicções e compromissos com os eleitores, quando não há