4 DE NOVEMBRO DE 2016
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O Sr. João Galamba (PS): — …mas não sabíamos que tinha entrado no marxismo de pacotilha. Portanto,
se o Sr. Deputado quer mudar da social-democracia para outro sistema, o PCP e o Bloco podem ensinar-lhe um
pouco melhor o que é a falsa consciência.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Professores de marxismo não é coisa que nos incomode!
O Sr. João Galamba (PS): — O Sr. Deputado também veio aqui dizer…
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, queiram fazer o favor de criar condições para
o Sr. Deputado João Galamba intervir tranquilamente.
O Sr. João Galamba (PS): — Sr. Presidente, não tenha problemas, porque tenho todas as condições para
intervir.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado Luís Montenegro veio aqui gesticular com imensos impostos. Era impostos por todo o lado!
Porém, o que o Sr. Deputado não consegue dizer é que, apesar desses imensos impostos que vê em todo o
lado, a carga fiscal aumenta.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ai aumenta, aumenta!
O Sr. João Galamba (PS): — Sabe que mais, Sr. Deputado? Sabe o que é verdadeiramente espantoso?
Protestos do PSD e do CDS-PP.
É que se o Sr. Deputado acha horrível estes impostos todos, então, gostava que fizesse o favor de explicar
aos portugueses por que é que no programa de estabilidade que apresentou em Bruxelas em 2015, e que
fundamenta todas as opções orçamentais, falava nas metas que os senhores garantiram que iam cumprir.
Sr. Deputado Luís Montenegro, abandone o fato de humorista, vista o fato de representante do seu partido
e tente explicar aos portugueses se aquilo que disse na tribuna é verdade. Se sim, então, como é que os
senhores prometeram a Bruxelas ter, este ano, mais 700 milhões de euros de carga fiscal em impostos
indiretos?! Repito, em impostos indiretos!
Protestos do PSD.
O Sr. Deputado pode dizer: «Isso era a gente a falar, os números não são para levar a sério.» Mas o Sr.
Deputado e o seu partido inscreveram uma carga fiscal mais alta para 2016 no programa de estabilidade que
enviaram a Bruxelas e que fundamenta os compromissos que o seu Governo, o anterior, assumiu …
O Sr. Miguel Morgado (PSD): — Não é carga fiscal, é receita fiscal!
O Sr. João Galamba (PS): — Não, não! É carga, Sr. Deputado, porque é receita fiscal em percentagem do
PIB, logo, é mesmo carga fiscal.
Sr. Deputado, estes impostos todos, que, ainda assim, não fazem aumentar a carga fiscal, são bastante
menos do que aqueles que os senhores prometeram e que inscreveram no programa de estabilidade mas que
nunca divulgaram aos portugueses.
O Sr. Deputado podia agora aproveitar a oportunidade para dizer aos portugueses quais eram os impostos
que aumentariam — e muito mais do que este Governo!