I SÉRIE — NÚMERO 20
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A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Sr.ª Deputada, tenho muito orgulho daquilo que tive a oportunidade
de fazer pelo País enquanto Ministra das Finanças e de ter feito parte de um Governo que herdou um País falido
e nas bocas do mundo pelas piores razões e deixou um País a crescer com liberdade de opções políticas para
quem veio a seguir.
Quando o Sr. Deputado pergunta o que é que mudou nas nossas propostas de alteração, aguardará, como
todos, para as conhecer. Aquilo que não queremos é que durante o consulado desta maioria se comprometa
mais do futuro do que aquilo que infelizmente não vamos conseguir evitar. É por isso que vamos apresentar
propostas estruturantes.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Chega até aqui sem conhecer a Constituição? Não sabe como funciona?
O Sr. João Oliveira (PCP): — O crédito que merecem é zero!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Mas se me pergunta se é possível mexer no detalhe para compor
este Orçamento para 2017 mais do que foi para 2016, a resposta é não. Tentamos, no entanto, evitar males
maiores para o futuro.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E a devolução da sobretaxa?!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Faço uma última referência aos orçamentos retificativos dirigida
à Deputada Ana Catarina Mendes e a quem mais referiu esta matéria com frequência: os orçamentos retificativos
resultam de um exercício de transparência e respeito pelo Parlamento.
Aplausos do PSD.
Protestos do BE e do PCP.
Quando aquilo que acontece é diferente do que foi previsto, vimos ao Parlamento apresentar contas e
justificar o facto. Mas, isso significa duas coisas, Srs. Deputados: transparência e verdade, algo que não é para
todos e, seguramente, não é para essas bancadas!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Trapalhadas e inconstitucionalidades!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Antes de avançarmos, peço aos Srs. Deputados que criem as
condições para que possamos ouvir a próxima intervenção que será do Sr. Deputado Paulo Sá, a quem dou, de
imediato, a palavra.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do
Governo: O Orçamento do Estado para 2017 prossegue o caminho de reposição de direitos e rendimentos,
incorporando medidas positivas que dão resposta a alguns dos problemas mais urgentes do povo português.
Valorizamos estes avanços, mas não podemos deixar de assinalar, simultaneamente, que o Orçamento do
Estado contém manifestas insuficiências e limitações que resultam das opções do PS e do Governo relativas à
dívida pública, aos constrangimentos impostos pela União Europeia e à política fiscal.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — São opções que transportam para o Orçamento do Estado dificuldades ao
prosseguimento de um caminho de reposição de direitos e rendimentos se não forem alteradas no sentido de
enfrentar esses condicionamentos e constrangimentos.