5 DE NOVEMBRO DE 2016
35
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, vou responder por ordem
às questões, embora algumas sejam comuns, pelo que as respostas servirão, certamente, para os vários Srs.
Deputados que as colocaram.
A Sr.ª Deputada Mariana Mortágua diz que não foi por causa da bancarrota que se desceu o IRC (imposto
sobre o rendimento das pessoas coletivas) às empresas, que foi uma opção. É verdade, Sr.ª Deputada. Descer
o IRC às empresas tem como objetivo promover o crescimento e a criação de emprego e evitar bancarrotas
futuras, Sr.ª Deputada.
Aplausos do PSD.
Nós não gostámos da situação em que estivemos, os portugueses também não gostaram, e é preciso ter a
certeza de que tal não se repete. E foi por isso que, de entre as várias opções possíveis, optámos, sim, por
baixar o IRC às empresas. E note, Sr.ª Deputada, que, mesmo assim, a receita fiscal aumentou.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Aumentam o IRS e baixam o IRC!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Vou, afinal, saltar a ordem das perguntas para responder à Sr.ª
Deputada Ana Catarina Mendes, que diz que falar de investimento é ter uma ação concreta. Sr.ª Deputada, dou-
lhe o exemplo de uma coisa muito concreta: a taxa de crescimento para o investimento em 2016, segundo os
números desta proposta de Orçamento do Estado, é de -0,7%.
Aplausos do PSD.
Estamos a falar, muito em concreto, de queda do investimento com as vossas políticas.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Isso, sim, é que é verdade!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — A Sr.ª Deputada Mariana Mortágua diz que podíamos ter posto a
EDP (Energias de Portugal) a pagar tarifas sociais. Sr.ª Deputada, pusemos as empresas de energia a contribuir
também para o esforço orçamental. Aliás, relativamente às empresas de energia, vamos ter de proceder a uma
discussão muito interessante sobre o diploma que foi publicado ontem, que tem a ver com a reavaliação dos
ativos e a forma como as empresas de energia vão lidar com essa matéria.
Sr.ª Deputada, ficamos à espera de ver a coerência do Bloco de Esquerda nesta matéria, nas vantagens que
são dadas à GALP. Ficamos à espera, Sr.ª Deputada, de ver essa indignação toda a aparecer!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Afirma que o PSD é acrítico no que diz respeito a juros e regras europeias. Sr.ª Deputada, sobre juros
dificilmente alguém se poderá gabar de ter feito melhor do que nós: renegociámos com os parceiros europeus
a descida significativa da taxa de juro dos empréstimos oficiais e quando saímos do Governo deixámos a taxa
de juro em mercado a 50 pontos de distância da de Espanha.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E em quanto a negociou?
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Sr.ª Deputada, veja onde está agora essa taxa e diga quem é que
contribui para agravar o peso da dívida pública!
Aplausos do PSD.
Não serão, antes, os senhores, com as vossas ações, a fazer aumentar as taxas de juro em mercado?
Neste momento, temos uma política do Banco Central Europeu que é mais acomodatícia do que alguma vez
foi. Todos os países europeus estão a beneficiar das taxas baixas para substituir dívida mais cara por dívida