I SÉRIE — NÚMERO 20
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Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado Paulo Sá, a Mesa não regista nenhuma inscrição
para pedidos de esclarecimentos, pelo que tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado João Torres.
O Sr. João Torres (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e
Srs. Deputados: Nesta discussão do Orçamento do Estado para 2017, encaramos os portugueses com
frontalidade: os pensionistas e reformados, que veem as suas pensões aumentar e não diminuir, os
trabalhadores, que veem os seus rendimentos reforçados e não enfraquecidos, mas também os jovens, que têm
razões acrescidas para acreditar no futuro de Portugal.
Aplausos do PS.
Ao fim de um ano de governação, o País não resolveu todos os problemas, mas fez progressos em vastos
domínios que interferem com o futuro das novas gerações e com a sua emancipação — um conceito que se
perdeu com a direita no poder. Este é um Orçamento que traz boas notícias para a juventude portuguesa.
O mais franco, sincero e justo elogio que se pode fazer a este Governo é o de continuar inconformado com
as desigualdades que ainda subsistem, que ainda não fomos capazes de superar coletivamente.
Aflige, a nós, nesta Câmara, e aos portugueses, ouvir as intervenções das bancadas do PSD e do CDS. A
consciência pesa-lhes de tal maneira e de forma tão indisfarçável que nos resta dizer que estiveram resignados
quatro anos no Governo do mesmo modo que, hoje, estão resignados perante as desigualdades na oposição.
Não honraram o compromisso de Governo como, pelos vistos, não estão à altura de honrar as funções de
oposição na Assembleia da República.
Aplausos do PS.
Sr. Presidente: Discutimos, hoje e agora, o presente e o futuro, mas não há um só português que não se
recorde da governação da direita.
Não há um só português que não se recorde do desinvestimento contínuo e permanente na educação.
Protestos da Deputada do PSD Inês Domingos.
Hoje reforçamos o orçamento para este setor, sem malabarismos políticos, e vamos alargar a distribuição de
manuais escolares a todos os estudantes do 1.º ciclo e o ensino pré-escolar a todas as crianças com três anos.
Aplausos do PS.
A paz regressou à comunidade escolar, ao contrário do que ontem aqui disseram. Onde antes se cortava a
direito e onde antes se cortava à direita, hoje pensa-se em educação, promove-se o sucesso escolar e investe-
se efetivamente na qualificação dos cidadãos.
Também não há um só português que não se recorde dos cortes no ensino superior. Hoje, investimos mais
na ciência e no conhecimento, investimos mais na ação social escolar e reforçamos o financiamento das
instituições de ensino superior. Entre 2011 e 2015 o número de estudantes do ensino superior diminuiu
drasticamente. Onde antes desperdiçávamos o nosso melhor capital, justamente o capital humano, hoje
resgatamos uma geração que voltou a acreditar que vale a pena estudar. Estamos empenhados, no Governo,
no Partido Socialista e no seu Grupo Parlamentar, em que nenhum jovem fique para trás e em 2017 vamos
continuar a alargar a base social do ensino superior no nosso País.
Sr. Presidente, também não há um só português que não se recorde da emigração colossal, da precariedade
galopante e dos níveis de desemprego históricos a que o PSD e o CDS votaram o País, particularmente no que
respeita ao desemprego jovem. Hoje damos passos sólidos no combate à precariedade, introduzindo mais
justiça nos recibos verdes e nos estágios profissionais e valorizando contratos sem termo e perspetivas de vida
estáveis, dignas e decentes.