I SÉRIE — NÚMERO 20
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mais barata. E o que faz este Governo? Aumenta as taxas de juro em mercado, adia os reembolsos ao FMI
(Fundo Monetário Internacional), porque começa a não ficar mais barato e, pior, começa a ser difícil ir ao
mercado buscar o dinheiro que é preciso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Era o seu sonho, não era?
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Sr. Ministro das Finanças, sabe tão bem como eu do que é que
estou a falar!
Protestos do PCP.
A Sr.ª Deputada fala também de aumentos de impostos e de como é que se iriam pagar as pensões. Sr.ª
Deputada, surpreende-me que o seu partido, com os restantes partidos da atual maioria, tenham chumbado um
programa de Governo sem se terem dado ao trabalho de o ler.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Até pediram ao Tribunal Constitucional para fazer as propostas!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — As nossas opções estavam lá: a reposição de rendimentos tinha-
se iniciado e já não havia cortes nas pensões. Exceto no caso da contribuição extraordinária de solidariedade
para pensões acima de 4611 €, todos os outros cortes de pensões tinham já sido retirados.
A reposição dos salários dos funcionários do Estado tinha já sido iniciada em 2015 e a nossa opção era
absolutamente clara e assumida: uma reposição gradual, uma eliminação gradual dessas medidas excecionais,
para permitir que, através do crescimento económico, se gerassem os recursos necessários para o fazer sem
ser com novos aumentos de impostos! Repito: sem ser com novos aumentos de impostos, que não é a opção
que este Governo está a seguir!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado José Luís Ferreira diz que há, neste Orçamento do Estado, recuperação de rendimentos e
pergunta se o PSD convive mal com isso. Sr. Deputado, o PSD convive mal é com as consequências dessas
opções. Porque repor rendimentos é algo em que estamos de acordo, tínhamos era uma proposta de o fazer
mais gradualmente, enquanto os senhores entenderam fazê-lo mais depressa. A grande diferença é que, para
reporem a alguns, estão a tirar a todos, incluindo, aliás, àqueles a quem repõem alguma coisa. Portanto, o efeito
líquido é bem menos simpático do que aquele que os senhores querem fazer crer.
Mas convivemos mal é com as consequências que estas opções têm para o futuro, tal como disse na minha
intervenção na tribuna.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Convivem mal é com a satisfação das pessoas!
A Sr.ª Maria Luís Albuquerque (PSD): — Quando se compromete o crescimento económico, quando se
aumenta a despesa pública em permanência, aquilo que estamos a prometer aos portugueses é mais impostos
e mais dívida. E esse tipo de promessas, os portugueses dispensam, mas, infelizmente, essas sabemos que os
senhores são capazes de cumprir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Exatamente!