O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 39

32

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Carlos César, a credibilidade na política é um valor

essencial…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ora!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e, para restabelecermos a confiança dos cidadãos na política, é necessário

que os cidadãos percebam que os políticos agem de acordo com as suas convicções e de um modo racional.

Políticos que reagem epidermicamente ou políticos que dizem hoje o contrário do que disseram ontem minam

a credibilidade da política, minam a confiança dos cidadãos na política e prestam um péssimo serviço à

democracia e à sua qualidade.

Perguntamos: o que explica esta cambalhota do PSD? A resposta, infelizmente, o Sr. Deputado deu-a com

muito aviso e precisão: o ciúme.

O PSD falhou no Governo e falha, agora, na oposição.

Relativamente à economia, deixou um país em que a economia desacelerava ao longo de todo o ano de

2015 e vê, agora, um país que, desde 2016, inverteu a curva e que vai retomando a aceleração da sua economia,

tendo sido, no 3.º trimestre do ano passado, aquele que mais cresceu no conjunto da zona euro.

O PSD vê o País a criar emprego e a diminuir o desemprego, depois de, no ano passado, ter aqui dito que,

com a solução governativa que tínhamos encontrado, a confiança dos investidores desapareceria, o

investimento cairia, as empresas fechariam, as empresas não contratariam pessoas e o emprego iria pagar um

preço duro por esta solução do Governo. Aquilo que se verifica é que não só o desemprego baixou como também

o emprego aumentou e o investimento subiu, continuadamente, ao longo do ano.

O mesmo se pode dizer relativamente à situação financeira. Durante anos explicaram-nos que o alfa e ómega

da política tinha de ser a redução do défice. Falharam nos quatro anos, todos os anos, nos oito Orçamentos

retificativos, sistematicamente, os objetivos a que se tinham proposto. Mas falharam também na oposição,

porque passaram o ano a dizer que: primeiro, o primeiro Orçamento que aprovámos nesta Câmara, em 2016,

não seria aprovado pela Comissão Europeia; segundo, o Programa de Estabilidade não seria aprovado pela

Comissão Europeia; terceiro, não iríamos conseguir cumprir os nossos objetivos. Disseram mesmo que

aritmeticamente era impossível ficar abaixo dos 2,5%, dos 2,7%…

O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — dos 3%!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e até dos 3%. Disseram que era aritmeticamente impossível.

O Sr. Deputado Pedro Passos Coelho disse que devolver pensões, devolver salários, pagar impostos e ter

as contas certas seria fantástico.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Apelava ao voto.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Numa outra declaração até chegou a dizer — vejam bem! — que votava no PS

se o PS conseguisse atingir e cumprir o objetivo do défice!

Aplausos do PS.

Bom, felizmente não há eleições antecipadas, porque senão o Dr. Pedro Passos Coelho teria de cumprir esta

promessa, teria mesmo de vir aqui votar no PS para honrar a sua palavra.

Aplausos do PS.

Finalmente, falharam. Depois de terem, durante quatro anos, crispado o País, de terem divido tudo e todos,

de terem posto gerações em conflito, dizendo a cada família que tinham de sacrificar os avós para um mirífico

futuro dos netos e que era necessário que os pais sofressem para que os filhos pudessem ter algum futuro,…