I SÉRIE — NÚMERO 40
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que eles sejam colados e que haja três dias de pausa no fim de semana. Isso é que é defender o interesse dos
trabalhadores.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — É impedi-los de fazer pontes!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Quais os feriados? Nós aqui não os definimos. Quem tem os interesses
económicos e sociais que os defina à mesa da concertação. Portanto, estranho muito que não tenham entendido.
Quanto ao Partido Socialista, disse bem, Sr. Deputado, este tema já foi suscitado. Agora, onde é que está o
debate? O Sr. Ministro Vieira da Silva levantou a questão, mas não lhe deu sequência.
Gostava de recordar o que refere o jornal Público sobre uma entrevista dada pelo Ministro à TSF,
precisamente no dia 25 de maio de 2016: «O tutelar da pasta (…) sublinha que esta é uma discussão que deve
ser feita com base num debate em sede de concertação social. ‘Esse aspeto tem de ser discutido, obviamente,
com os parceiros sociais e, a poder avançar-se nesse caminho, a decisão de o fazer ou não deve ser muito
deixada à negociação coletiva, porque essa solução pode ser muito interessante para alguns sectores e menos
interessante para outros’ (…).
Além disso, o Ministro alerta que nem todos os feriados são suscetíveis a essa mudança. ‘Há alguns que,
pela sua natureza, como os religiosos, ou até alguns civis — como o 1.º de Maio, Dia do Trabalhador —,
dificilmente seriam considerados noutras datas’, exemplifica.»
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Portanto, os senhores foram os pioneiros, mas não deram sequência a esta
matéria.
Assim sendo, apelo a que sejam consequentes e que votem favoravelmente o nosso projeto de resolução.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para concluir este debate, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira, de Os Verdes.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não foram Os Verdes, Sr.
Deputado António Carlos Monteiro, que retiraram os feriados aos portugueses;…
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Foi a sua proposta!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — … foi o Governo que o Sr. Deputado apoiou, o Governo do PSD e
do CDS. Se o Sr. Deputado leu mal,…
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Não li mal, não!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — … ou não leu a data da entrada do diploma, que é 15 de novembro
de 2015, não queira com isso atribuir culpas a Os Verdes. Portanto, leia melhor o projeto e veja qual é a data
de entrada.
Queria ainda dizer o seguinte: a preocupação de Os Verdes foi com o lazer das pessoas, com as economias
locais e com a economia. Outros não, acharam até graça.
Depois, pelos vistos, o que vai acontecer é que os serviços públicos, nomeadamente os centros de saúde,
os hospitais ou os tribunais, vão ter de ficar à espera até às vésperas do Carnaval para marcar diligências para
esse dia porque não sabem se é feriado ou não.
E, já agora, faria o desafio ao PS, ao PSD e ao CDS de explicarem aos Presidentes de Câmara de Torres
Vedras, de Loulé, de Sesimbra, de Ovar, de Canas de Senhorim, de Alcobaça ou da Mealhada porque é que
vão ter de ficar «com o coração nas mãos» até às vésperas do Carnaval à espera que o Governo decida ou não
atribuir o feriado nesse dia.