I SÉRIE — NÚMERO 47
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e seria, por isso mesmo, menos amiga do ambiente e não estabeleceria, além disso, a ligação à rede ferroviária
nacional.
Estando disponível financiamento comunitário para a ferrovia, a decisão política a tomar tem de passar pelo
investimento no Ramal da Lousã, repondo a mobilidade ferroviária conquistada pelas populações em 1906 e
retirada já há sete anos.
Foi aprovado, na reunião plenária de 12 de fevereiro de 2016 — Diário da Assembleia da República n.º 38
— o projeto de resolução n.º 86/XIII (1.ª), de autoria do Grupo Parlamentar do PCP. A iniciativa resultou na
Resolução da Assembleia da República n.º 44/2016, publicada na Diário da República, 1.ª série — N.º 44 — 3
de março de 2016, nos seguintes termos:
«Resolução da Assembleia da República n.º 44/2016
Extinção da Metro-Mondego, S.A. e reposição, modernização e eletrificação do ramal ferroviário da Lousã
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, pronunciar -se pela:
1 — Extinção da Metro-Mondego, S.A.
2 — Devolução do seu património ao domínio público ferroviário e municipal.
3 — Reposição, modernização e eletrificação da linha do ramal ferroviário da Lousã.
Aprovada em 12 de fevereiro de 2016.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.»
Cumpra-se o que foi aprovado, cumpra-se a vontade das populações. O PCP está com a população e
defende a reposição, a modernização e a eletrificação da linha do ramal ferroviário da Lousã, a começar já em
2017.
A Deputada do PCP, Ana Mesquita.
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Relativa aos projetos de resolução n.os 171/XIII (1.ª) e 641/XIII (2.ª):
O debate sobre a nacionalização do Novo Banco faz sentido e deve ser ponderado tendo em conta todo o
histórico do Grupo Espírito Santo.
Em primeiro lugar, importa dizer que há dois responsáveis pela condição a que chegou o Grupo Espírito
Santo e pela solução encontrada. Esses responsáveis são o Banco de Portugal, por ter sido incompetente na
verificação permanente do funcionamento do Banco e das suas colateralidades, e o Governo da altura, que não
entendeu o papel do BES na economia portuguesa e a realidade que o sistema financeiro vivia.
A separação dos ativos do BES em Novo Banco e BES (mau) foi um erro que o País vai pagar caro. A ter
havido uma intervenção deveria ter sido, no imediato, a integração de todos os ativos na Caixa Geral de
Depósitos ou a nacionalização, pura e simples, do Grupo.
Todo o processo que se tem verificado leva a duas considerações: primeira, os portugueses vão pagar a má
gestão do Grupo e a indecorosa gestão política do processo; segunda, um qualquer agregado estrangeiro ficará
com a parte boa do negócio até o desmantelar e o revender em pequenas partes.
O BES, depois da má experiência do BPN, poderia ter sido «resolvido» com decência. Mas não, vai ser
resolvido com incompetência máxima.
O Governo que assumiu o caminho seguido deixou de estar em funções. Falta a saída do Governador do
Banco de Portugal, máximo responsável pelo estado a que chegámos.
O Deputado do PS, Ascenso Simões.
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