18 DE MARÇO DE 2017
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Com certeza, Sr. Presidente.
São dois fundamentos: primeiro, o Sr. Deputado Bruno Dias qualificou o CDS como «partido de offshore»;
segundo, disse que o CDS era tributário de uma ideologia neofascista.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Dou-lhe a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, não iremos prolongar este debate, mas, Sr. Deputado
Bruno Dias, quero dizer duas coisas muito simples.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vai reconhecer que mentiram? Vai defender a honra?! Que honra?!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Os populistas não deixam falar!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Em primeiro lugar, o CDS não é um partido de nada a não ser um
partido tributário da democracia cristã, corrente política — e já lá vamos — que combateu o neofascismo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não se disse isso!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O CDS não é mais, nem menos do que um partido dos seus militantes
e dos seus simpatizantes.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por isso, Sr. Deputado, não aceitamos que qualifique o CDS de outra
forma.
De resto, no seu lugar, eu teria alguma parcimónia em falar de partidos de offshore, porque o único partido
que sabemos que tem um offshore é o Partido Comunista Português!
Risos do Deputado do PCP Miguel Tiago.
Situa-se anualmente na Atalaia, Seixal, na festa do Avante, Sr. Deputado!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É bom que o Sr. Deputado tenha alguma parcimónia.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Tudo sem fatura, tax free!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Passando ao segundo fundamento, Sr. Deputado, não somos nós que
temos Deputados que dizem que é preciso cortar salários de quem discorda de nós!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não somos nós! É um Deputado do Partido Comunista Português, o
Sr. Deputado Miguel Tiago, que, esse sim, parecendo tributário de certas ideologias autoritárias, quando um
órgão independente do Estado discorda de uma posição política dos Srs. Deputados, diz: «Resolve-se o
assunto. Corta-se o vencimento ou extingue-se o órgão»!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Está a mentir!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Onde é que já vimos isto?